- É A VIDA. E É A MORTE! –
Bira Viegas
Com quase cinquenta e quatro anos de vida já passei
por alguns bons momentos, vários momentos “intermediários”,
e muitos e muitos momentos ruins, para não dizer; péssimos.
Os bons momentos vividos são parte de um passado que
se encontra armazenado na caixa-forte
da minha memória. Já os intermediários e – principalmente - os ruins, estão jogados em um velho baú – sem
tranca e sem tramela – que,
sinceramente, gostaria que fossem perdidos ou roubados e devidamente esquecidos.
Juro que jamais procuraria à Polícia para
localizá-los, prende-los e em seguida, me devolvê-los.
Neste escrito não falarei dos bons momentos.
Por uma razão que abaixo relatarei vou ser obrigado a
falar sobre mais uma privação que enfrentei nesta minha existência.
Jardim do Seridó (RN), 5 de março de 2013.
Um inocente garotinho de apenas 2 anos e 8 meses de
vida, filho do amigo João Leandro, foi vitima de sua própria inocência, ao
tentar apanhar um objeto que se encontrava sobre um eletrodoméstico da sua
residência. O resultado é que o eletrodoméstico tombou sobre si mesmo,
vitimando-o fatalmente.
Sabedor da verdadeira tragédia ocorrida, e na
qualidade de cristão e amigo da família, fui até a residência dos avôs paternos
da pequena vítima (onde o corpo estava
sendo velado), para prestar minha solidariedade pelo infausto
acontecimento.
Chegando ao local vislumbrei uma multidão que se
comprimia junto ao pequeno ataúde. Emoção e dor eram perfeitas radiografias do
sentimento daquelas pessoas que ali se encontravam.
Mas uma mulher se destacava entre todos os presentes.
Ao lado do pequeno corpo, uma jovem senhora sentada
sobre uma cadeira de madeira, acariciava o rosto do belo menino e falava: “Levanta Caio. Vai brincar com os seus
amigos. Você tem muitos amigos. Você é muito querido”. Era Dona Wilde, genitora do falecido.
Era quem sentia a dor maior. A dor que pode ser
traduzida como: AMOR DE MÃE.
A dor daquela que – por obra divina – colocou aquele
pequeno ser neste mundo material.
Ao ver aquele momento de amor e de ternura, e naquele
momento tão difícil, e até do não aceite pelo ocorrido, confesso que foi demais
para mim.
Senti uma palpitação mais forte, um pouco de falta de
ar, e as lagrimas rolaram sobre o meu rosto.
Vendo aquela cena comovente de uma mãe velando o corpo
inerte de seu filho, lembrei-me do meu primeiro filho (falecido com apenas 18 dias de nascimento). Lembrei-me também da
minha mãe, e do meu pai, ambos falecidos.
Lembrei-me que sou filho único, e que ao chegar o meu
“momento final” não terei uma mãe que
mesmo sabendo que seu amado filho amado já se encontra nos braços de Deus, trata-o
como se o mesmo ainda estivesse dentro do seu abençoado ventre.
Emocionado sai do local pedindo humildemente a Deus
que acolha o anjo Caio Leandro de Oliveira Medeiros
em seu Reino da Glória.
Certamente um pedido desnecessário. Afinal foi Deus
quem o chamou para tê-lo ao seu lado.
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3 comentários:
Bira quem está mandando este comentário é seu amigo PAULINHO DE MIRASSOL. Já faz muitos anos que não lhe vejo, mas pelo que você escreve no seu blog continua o mesmo Bira que conheci nos tempos de adolescência. Inteligente, irônico, farrista, putanheiro e de um coração maior do que o corpo.
Sou seu leitor de todos os dias.
Sei que você está morando em Carnaúba dos Dantas. Quando vir a Natal passe aqui em Mirassol. Ainda moro na mesma casa.
Um abração. PAULINHO.
VOCÊ REALMENTE É UM CAMARADA DA MAIS ALTA ESTIRPE!VC BIRA,TEM UMA GAMA DE ADMIRADORES FIÉIS AO SEU BLOG QUE NUNCA SE CANSAM DE ACESSÁ-LO! PARABÉNS PELA COLABORAÇÃO QUE VOCÊ NOS PRESTA COM SUA PARTICIPAÇÃO NA INTERNET!
Caro amigo Paulinho, e caro amigo que não quis se identificar.
Obrigado por vossas gentis palavras.
E obrigado por acessarem este 'esgulepado' blog.
Quanto a você Paulinho, assim que for até Natal vou tirar um tempinho para te visitar.
Fraternalmente,
BV
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