- O PELOURINHO E A FORCA –
Natal (RN), erguida em cidade desde 1599,
possuía o seu pelourinho na rua Grande e a sua forca na ‘Praia do Peixe’. No primeiro havia sempre o que fazer. Escravos
fugitivos indisciplinados, ralé obscura que morava em brejais, instigada pelo
álcool, batia a porta da faca e a poder de cacete os arrabaldes tranquilos. A
Justiça condenava-os ao açoite e a pública exposição, nas praças, e um passeio,
de algemas no pulso, pelas ruas de movimento.
Foi
no pelourinho que sólido mulatão de Ceará-Mirim, neste tempo ‘Boca da Matta’ valeu-se em altos gritos
de Nossa Senhora da Apresentação, Padroeira de Natal, dizendo-se descendente de
Dom Antonio Felipe Camarão, o índio fidalgo da guerra holandesa. Foi perdoado.
A forca funcionou três vezes em três anos:
de 1845 a 1847.
A primeira vítima foi um moleque amalucado
e doente, franzino e triste, conhecido na ribeira do Potengi por José Pretinho. Seu crime era passional.
Preso, julgado, condenaram-no à forca.
Inácio
José Baracho foi a segunda pessoa supliciada. Em toda a ribeira do Potengi,
Ceará-Mirim e São Gonçalo (do Amarante),
Baracho era terror.
O terceiro e último enforcado foi Alexandre José Barbosa. Seu crime foi o
assassinato de Ana Marcelina Clara. Alexandre
matou-a a cacetadas, numa madrugada, acabando a agonia sufocando-a na
areia.
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Do livro: “PARA
ERRAR MENOS” de autoria do Professor Severino Bezerra. Editado
pelo Departamento Estadual de Imprensa do RN / Governo Walfredo Gurgel – Natal
(RN), 1965.
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