A TRAVESSA DAS TREPADEIRAS
Bira Viegas
Adolescente, residi na rua das Violetas e
fiz parte da turma da rua das Amapolas, no conjunto Mirassol, em Natal – RN.
Toda noite nossa turma se reunia em frente
à casa de “Seu” João Taifeiro, ou na área da casa de “Gil”, um componente da turma que para delírio da rapaziada tinha quatro
irmãs solteiras, e bonitas.
Para chegar até a rua das Amapolas, eu
tinha que passar por uma pequena travessa que não possuía nenhuma iluminação,
local onde toda à noite havia um casal (ou mais) de namorados dentro de algum
veículo, amando e querendo bem. Não
era à toa que o local fosse conhecido como a “Travessa das Trepadeiras”, não só pelo o que acima relatei, assim
como, em razão de cada uma das ruas do conjunto Mirassol ter o nome de rosas ou
flores.
Naquela noite caminhava ao lado do amigo B... (covardemente assassinado anos depois), quando ao passarmos ao lado
de um Chevette que estava estacionado no local, notamos claramente os vultos de
um casal que no banco traseiro do mesmo, estava fazendo o que geralmente se faz
sobre uma cama e entre quatro paredes.
Prosseguimos em frente e quando chegamos
ao final da travessa, o meu amigo resolve tirar uma onda com o casal, e grita:
- Vão
procurar um motel, que aí não é canto de ficar trepando!
De dentro do carro é uma voz feminina que
responde em alto e bom som:
- Vai pra casa mano que mamãe estava lhe
procurando!
Quando reconhece a voz, B... vai à loucura e grita:
- Já
estou indo sua rapariga fuleira!
Só Deus sabe o trabalho que me deu para
segurar o riso.
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Do livro: “CAUSOS
RIMAS E OUTROS ESCRITOS”, de autoria de Bira Viegas. Aguardando
publicação (falta um patrocinador).
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