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domingo, 3 de março de 2013

POESIA POPULAR

CHICO PEREIRA (*) -
- Autor não identificado -

Para mim não é vantagem
Matar-se um homem desarmado
Ó Polícia traidora!
Ó momento desgraçado!
Matar assim não precisa
Isso até desmoraliza
O governo do Estado.

Aonde se deu a morte
Ficou triste até o clima
Naquele lugar um preso
Passando se desanima
Porque naquele apertado
Mataram um preso algemado,
Viraram o carro por cima.

Ele era criminoso
Porém não era ladrão.
Se matou algum bandido,
 Foi porque tinha razão.
Nunca andou no Seridó.
Se roubou Major Quincó,
Não há provas no Sertão.

Agora caro leitor,
Nada mais tenho a dizer.
No Rio Grande do Norte
Não foi possível escrever.
A Polícia proibiu
Porque diz que ninguém viu
Chico Pereira morrer.

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(*) Chico Pereira foi mais um sertanejo injustiçado pelos poderosos. Não encontrando justiça por parte das autoridades, no dia 11 de setembro de 1922, em Nazarezinho (PB), vingou o assassinato do seu próprio pai (Cel. João Pereira). Em seguida, abraçou o cangaço tendo participado do bando do Capitão Virgulino Ferreira (Lampião).

 
 Nascido na Paraíba tinha raízes no Seridó do RN, já que sua genitora (Maria Egilda Dantas) era da família Dantas, de Carnaúba dos Dantas.
Perseguido pelo governo paraibano, que aliado ao governo potiguar, lhe prepararam uma “armação”, acusando-o de um assalto acontecido no dia 27 de janeiro de 1927 à casa grande da fazenda do Coronel ‘Quincó da Ramada’, em Acari no RN, foi levado preso para Natal.

 
Mesmo sem existir provas de que Chico Pereira teria sido o autor do assalto à casa do ‘Cel. Quincó’,seu julgamento foi marcado para o dia 29 de outubro de 1928, na Comarca de Acari.
No dia anterior, quando o preso estava sendo transferido para ser julgado, chegando ao local conhecido como Fazenda Maniçoba, a l0 km de Currais Novos (RN), o automóvel em que viajava sofreu um acidente. Estranhamente nesse acidente, os policiais que o escoltava sofreram apenas pequenos arranhões. Sobrou apenas para Chico Pereira. Morreu sob o veículo, e segundo foi dito, à época, com as mãos algemadas.

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