Carlos Chagas
O PMDB PRONTO PARA
ADERIR
DIÁRIO
DO PODER: Publicado: 15 de outubro de 2014 às 0:00 - Atualizado às 0:03
A
decisão final não é para agora. Só depois da eleição do dia 26 o PMDB decidirá
se fica onde está, no caso da reeleição de Dilma, ou, diante da vitória de
Aécio, adere em bloco, ainda que sob o rótulo de “independência”.Uma coisa,
porém, é tão certa quanto dois e dois são quatro: o partido estará com o
governo. Qualquer que seja.
Tendo
em vista a ascensão do ex-governador de Minas na disputa, o PMDB já traçou sua
estratégia. Em nome “do que for melhor para o Brasil”, apoiará a futura
administração… Pontes já foram lançadas no rumo de uma hipotética adesão. Basta
atentar para a performance dos principais caciques peemedebistas, que mesmo
dispondo do candidato à vice-presidência na chapa de Dilma, desapareceram da
campanha. Ainda que ostentando a medalha de maior partido nacional, não se tem
notícia da participação do PMDB nas carreatas da presidente da República. Muito
menos nas telinhas da propaganda eleitoral, exceção das apagadas aparições de
Michel Temer.
É
claro que se Aécio for eleito, a fatura do PMDB chegará com as felicitações. As
mesmas reivindicações de sempre serão logo conhecidas: ministérios, diretorias
de estatais, postos de comando no Congresso. Eduardo Cunha prometerá dar
maioria ao novo governo caso ocupe a presidência da Câmara. Romero Jucá se
posicionará para líder do governo no Senado, ele que exerceu a função nos
governos Fernando Henrique, Lula e Dilma.
Não
fosse a tragédia, a conclusão seria de que o Dr. Ulysses ficou feliz em
desaparecer no mar. Imagine-se a tristeza por ele demonstrada se estivesse
entre nós. O outrora aríete que derrubou a ditadura transformou-se num balcão
de negócios. Sem esquecer a denúncia dos dois assaltantes da Petrobras
admitindo que o PMDB também participou da lambança do superfaturamento de
contratos e recebeu sua parte nos 3% distribuídos pelos partidos da base do
governo.
O
irônico nessa história é que o PMDB saiu-se bem no primeiro turno das eleições.
Elegeu governadores, conquistou a maior bancada na Câmara e manteve a
supremacia no Senado. Frustrou quantos imaginavam que saísse enfraquecido das
urnas. Se for para abandonar o PT, o discurso já está preparado: nenhuma
responsabilidade teve o PMDB na condução do governo Dilma…
MEIA GUERRA E MEIA CAMPANHA
MEIA GUERRA E MEIA CAMPANHA
O
general Douglas MacArthur era o comandante em chefe das tropas que lutavam na
Coréia contra a invasão comunista. Inferiorizado pela entrada de 360 mil soldados
chineses na luta, queria levar a guerra ao território inimigo. Sugeriu ao
Estado Maior Conjunto, em Washington, o uso da bomba atômica. O presidente
Harry Trumann rejeitou a proposta, assim como outras, em nome de evitar a
Terceira Guerra Mundial, porque a União Soviética havia posto seu arsenal
nuclear à disposição de Mao Tse-Tung. MacArthur pediu, então, autorização para
bombardear as pontes sobre o rio Yalu, que ligavam a China à Coréia do Norte.
Pelo menos, não entrariam mais soldados chineses. Resposta: pode bombardear a
metade das pontes do lado coreano. Espantou-se o grande herói: como bombardear
meia ponte? Aquilo era uma meia guerra e ele foi logo dispensado de seu
comando. Retornou a Nova York e teve a maior recepção que o povo americano deu
a um de seus generais: três milhões de pessoas na Quinta Avenida.
Conta-se
o episódio porque até a realização do segundo turno, estamos assistindo a uma
meia campanha…
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