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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

DE: POESIA

SE
Joseph Rudyard Kipling (*)

Se és capaz de manter a tua calma quando
Todo o mundo ao teu redor já a perdeu e te culpa;
De crer em ti quando estão todos duvidando,
E para a dor de ver mudadas
Em armadilhas as viesses no entanto achar uma desculpa;
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
Ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
E não parecer bom demais, nem pretensioso;
- - - - -
Se és capaz de pensar – sem que a isso só te atires,
De sonhar – sem fazer dos sonhos teus senhores.
Se encontrando a desgraça e o triunfo conseguires
Tratar da mesma forma a esses dois impostores;
Se és capaz de sofrer verdades que dissestes,
E as coisas, por que destes a vida, estraçalhadas,
E refazê-las com o bem pouco que te restes;
- - - - -
Se és capaz de arriscar numa única parada
Tudo quanto ganhastes em toda a tua vida,
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
Resignado, tornar ao ponto de partida;
De forçar coração, nervos, músculos, tudo
A dar seja o que for que neles ainda existe,
E a persistir assim quando, exaustos, contudo
Resta a vontade em ti que ainda ordena:”Persiste!”;
- - - - -
Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes
E, entre reis, não perderes a naturalidade,
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
Se a todos podes ser de alguma utilidade,
E se és capaz de dar, segundo por segundo,
Ao minuto fatal todo o valor e brilho,
Tua é a terra com tudo o que existe no mundo
E o que mais – tu serás um homem, ó meu filho!

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(*) Joseph Rudyard Kipling, escritor britânico nasceu em Bombaim, na Índia, em 30 de dezembro de 1865 e faleceu em Londres, no dia 18 de Janeiro de 1936.
(Enviada por: Janduy Azevedo)

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