CONSTITUCIONALISTA DIZ QUE RENAN PODE PERDER O CARGO NA PRÓXIMA SEMANA
Jurista diz que julgamento poderá afastar Renan do cargo
A ação proposta pela Rede Sustentabilidade no Supremo Tribunal Federal
(STF), que visa considerar inconstitucional que políticos réus em ações
penais da própria Corte façam parte da linha sucessória da presidência
da República, poderá atingir o presidente do Senado, Renan Calheiros,
independentemente da data em que a determinação possa entrar em vigor -
se aprovada - ou de quando Renan vier a se tornar réu, se isso
acontecer.
Renan é alvo em 11 inquéritos e está na linha sucessória do
presidente Michel Temer, depois do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. A
presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, marcou para a próxima
quinta-feira, dia 3 de novembro, o julgamento da ação proposta pela Rede
Sustentabilidade. O doutor em Direito Constitucional pela PUC-SP, Erick
Wilson Pereira, explica que a medida passaria a valer para Renan
independentemente de ele ter sido transformado em réu antes ou depois do
julgamento da ação.
“A constitucionalização desse debate proposto pela Rede Sustentabilidade
é uma preservação do sistema político nacional, independentemente de
aprovada anterior ou posteriormente a determinado político que faça
parte da linha sucessória da presidência da República ser transformado
em réu. No caso do presidente do Senado, Renan Calheiros, ele é alvo de
11 inquéritos e um pedido de investigação no Supremo. Mesmo que, por
exemplo, Calheiros seja transformado em réu antes da votação da ação,
ele ficaria impedido de assumir cargos que façam parte dessa linha
sucessória”, explicou o advogado.
Na época em que protocolou a ação, a Rede pedia o afastamento do
então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). No último dia 4, o
ministro do STF, Luiz Edson Fachin, liberou para julgamento no plenário
da Corte uma denúncia contra Renan Calheiros, apresentada pela
Procuradoria Geral da República (PGR), que acusa o senador de arcar com
as despesas de sua filha com a jornalista Mônica Veloso através de
recursos de uma empreiteira. Quem determina a data do julgamento da
denúncia é, justamente, a ministra Cármem Lúcia. Caso essa denúncia seja
aceita, Renan se tornaria réu.
“A constitucionalização desse tema é importante para evitar que
alguém que seja réu no Supremo assuma, mesmo que provisoriamente, a
presidência do país. Até mesmo para a repercussão internacional seria
algo negativo. Nesse sentido que a Rede propôs a votação dessa
constitucionalização. Eu creio que o Supremo caminhe no sentido de
aceitar o pedido para não permitir que um político réu tenha a
possibilidade de assumir a presidência da República”, concluiu Erick
Pereira.
Texto & foto: Diário do Poder
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