A LUTA CONTINUA!

biraviegas@bol.com.br

terça-feira, 25 de julho de 2017

POESIA POPULAR NORDESTINA

A CALÇOLA ESQUECIDA NA CÂMARA FEDERAL
Poeta Miguezim de Princesa

I
Na sala da liderança
Daquele grande partido,
Encontraram uma calcinha preta
Com o fundo meio encardido
Bem no canto da parede,
De um jeito bem retorcido.

II
Foi na Câmara Federal,
Por detrás de uma cadeira,
Quem achou de manhãzinha
Foi Francisquinha copeira,
Ela viu a coisa preta
E se assustou com a tranqueira.

III
Saiu na maior carreira,
Quase lhe dá uma doidiça,
Se encontrou com o segurança
Na Comissão de Justiça:
- Aconteceu um “negoço”,
Chame o chefe da Puliça!

IV
- Arreda pra lá, mundiça! –
Se exaltou Joaquim soldado,
Ia mexendo na calçola,
Sem tomar nenhum cuidado,
Quase que bota a perder
Esse local preservado.

V
Chegou logo o delegado
E o perito de plantão,
Um agente encarregado
E também um escrivão,
Todos viram na calcinha
Agarrado um formigão.

VI
Coitado do formigão,
Grudado ali feito cola,
Pegou-se à parte de dentro
Ficando igualmente uma bola,
Inebriado com o cheiro
Que exalava da calçola.

VII
- Pega essa fita e isola -,
Disse o Dr. Zacaria.
- Recolha a calça e o besouro,
Leve pra antropologia,
Pela morte da formiga
Descubro qual foi o dia.

VIII
Pra tirar o formigão
Deu um trabalho danado,
Porque quando ele morreu
Estava bem agarrado,
Não se sabe se feliz
Ou muito contrariado.

IX
- Se puxar, fica estragado -,
Disse o doutor Chico Moura,
Pegando o fundo da calça,
Margeando uma salmoura,
Fez um buraco redondo
Com uma pequena tesoura.

X
Quando findou o exame
Com o auxiliar Teixeira
O perito Chico Moura
Gritou pra Polícia inteira:
- O crime foi praticado
Na sessão de terça-feira!


- - - - -
Sobre uma calcinha  esquecida no chão da sala da liderança do Partido da República (PR) na Câmara Federal.

Nenhum comentário: