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sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

POESIA POPULAR NORDESTINA

- CAPITAL DO FAROESTE -
Poeta Crispiniano Neto
Mossoró, chão altaneiro
Que derrotou Lampião,
Que fez a Abolição,
Que a mulher votou primeiro...
Perdeu de vez o roteiro,
Cada casa é uma prisão,
Cada loja um arrastão
Muita autoridade mouca,
Em cada bairro uma boca,
Em cada esquina um ladrão.
- - - x - - -
Mossoró é capital
Da mulher, da liberdade,
Resistência e igualdade
Do Semiárido e do sal...
Vamos cair na real,
Não tem essa resistência;
Hoje carro e residência
Viraram prisão total
Mossoró é capital
Do roubo e da violência.
- - - x - - -
Mossoró, cidade louca,
Por bocas, abocanhada,
Ser humano não é nada,
Paz é nada, vida é pouca,
Lixo entope cada boca de lobo
E em vez de limpá-la
A autoridade cala
Que a boca de fumo manda,
Hoje o tráfico é quem comanda
A nova Chuva de Bala!
- - -x - - -
Chora sangue, terra minha,
Bala por cá virou peste,
Capital do Faroeste,
Praça e shopping virou rinha...
Lampião era fichinha
Foi passeio o seu ataque,
Hoje quem manda é o achaque,
Assalto, sangue e bravata
E os Lampiões de gravata
Apoiando os reis do crack.
- - - x - - -
Bem mais de duzentas mortes,
Nenhuma pessoa rica,
Nunca matam quem trafica,
Vivem os barões nos seus fortes
Não sofrem tiros nem cortes,
Se calam os donos das togas
Mossoró, porque te jogas
No tráfico de influência,
Destruindo a resistência,
Rendida ao tráfico de drogas?

- - - x - - -
A polícia aquartelada,
Arma bate catolé.
PMs andando a pé,
Viatura avariada,
A pouca grana atrasada,
Salário é sem garantia;
E o povão na agonia...
Pela manhã matam três,
Tarde e noite matam seis
E amarram dez pro outro dia!
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