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terça-feira, 1 de maio de 2018

POESIA POPULAR NORDESTINA

Cabaré cortiço cheio 
De abelhas da perdição. 
Poeta Dimas Bibiu
Mote: Raimundo Asfora

Na porta de um cabaré
Bem na esquina da rua
Tem mulher sentada nua
Outras duas “beba” em pé
Velha que pede um café
Porque não tem refeição
Mulher com chave na mão
Com raiva de quem não veio
Cabaré cortiço cheio
De abelhas da perdição.
- - - x - - -
A noite passa acordada
Bebe, fuma e adultera
Chora pensando em quem era
Semilouca embriagada
Ver briga, tiro e facada
Tapa, soco e empurrão
Colegas mortas no chão
Quando finda o tiroteio
Cabaré cortiço cheio
De abelhas da perdição.
- - - x - - -
Mulher dum corpo fogoso
Mas seu olhar não tem brilho
Porque despreza seu filho
E abandona o esposo
E vai procurar repouso
Na casa da corrução
Lá recebe ingratidão
Desgosto, mágoa, aperreio
Cabaré cortiço cheio
De abelhas da perdição.
- - - x - - -
No cassino a meretriz
Adora o álcool e o fumo
Baliza que aponta o rumo
Do seu fadário infeliz
E seu mal mostra a raiz
Quando chega à conclusão
De levar um empurrão
Dum preto, andrajoso e feio
Cabaré cortiço cheio
De abelhas da perdição.

- - - x - - -
Mulheres prostituídas
Que seu pudor não quiseram
E no cabaré vieram
Pecar com milhões de vidas
Suas veias poluídas
O vento em deformação
Recebe fecundação
Morre o feto, seca o seio
Cabaré cortiço cheio
De abelhas da perdição.
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