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quinta-feira, 19 de julho de 2018

UMA PREMONIÇÃO?

POEMA

- O PÁSSARO MORTO -
José Gonçalves de Medeiros (*)

'O voo também é sensualidade
Estremeço e vibração do pássaro
Que possui e penetra o espaço
E era como se possuísse e penetrasse a alma do tempo.
Se eu morrer como pássaro
Deixo aos que me amaram, aos que me quiseram e me gostaram
Como eu era o meu sempre displicente adeus.
Estou compreendendo que se morrer num voo, antes de tocar a terra
Do mundo serei como a pena do pássaro ferido de morte.
Serei um pássaro de fogo que vem do céu para repousar no ninho de areia.
Chorem, bebam, riam, passeiem pela alma
Do amigo que não foi pássaro, mas morreu como ele.'

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(*) José Gonçalves de Medeiros, nascido em Acari (RN), foi advogado, ex-deputado estadual e diretor de imprensa do governo do estado do Rio Grande do Norte, na administração  Dix-Sept Rosado. Era irmão do médico e também deputado estadual Paulo Gonçalves que exerceu por muitos anos uma grande liderança política em Jardim do Seridó RN) e municípios vizinhos.
O poema acima postado foi entregue a um amigo, antes  da viagem que o mesmo faria até o estado do Rio de Janeiro, ao lado de  outros auxiliares do governo e o próprio governador, e que não foi concluída  pois o avião Douglas C47 - Skytrain de prefixo PP LPG, pertencente a empresa Linhas Aéreas Paulista (LAN) caiu - e explodiu - no local conhecido como Rio do Sal, a apenas três quilômetros do aeroporto de Aracajú (SE).

O acidente aconteceu no dia 12 de junho de 1951 e não teve sobreviventes. (BV)

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