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DEBATE NA REDE RECORD: DILMA TENSA ENFRENTA ATAQUE DE SERRA NO PENÚLTIMO DEBATE

O penúltimo debate entre o presidenciáveis, que começou nesta segunda pouco depois das 23h na Rede Record, começou com Dilma "tranquila", desfiando as obras do PAC na primeira pergunta ao tucano Serra. Ele respondeu dizendo que "é uma lista de obras" e se concentrou em questões do Nordeste, onde precisa de votos. O primeiro confronto no debate envolveu a ex-assessora da Casa Civil e braço direito de Dilma, Erenice Guerra, citada por Serra, e o ex-diretor do Dersa, do governo de São Paulo Paulo Souza, conhecido como "Paulo Preto". Dilma não escapou do problema Erenice - suspeita de tráfico de influência e que depôs ontem na Polícia Federal - mas voltou à suposta corrupção do ex-diretor, acusado de arrecadar irregularmente R$4 milhões para campanhas de tucanos. A candidata do governo também insistiu no tema das privatizações, citando o pré-sal e a Petrobras várias vezes, incluindo na privatização a tentativa de mudar o nome da empresa para Petrobrax durante o governo tucano. Parecia insegura, gaguejou várias vezes e cometeu vários erros de português, como "clínicas neonataus" (sic), "coisas que não é dele" (sic), "tem dois bilhete (sic), além de um "presse pretróleo" e "Pretrobras" (talvez por ter insistido tanto no nome de Paulo "Preto". Os temas do debates anteriores se repetiram, com praticamente as mesmas respostas dos candidatos sobre Segurança, Educação e Saúde. Pela primeira vez o MST entrou na pauta, em outra provocação de Serra, que atacou desde o início do debate, buscando votos para enfrentar a liderança da adversária nas pesquisas. Dilma escorregou na resposta sobre sua ambivalência em relação ao Movimento dos Sem-Terra: "O MST é uma coisa, nós somos outras" (sic). No último bloco, o tucano insistiu nas taxas de juros e no câmbio, que estão "destruindo as indústrias" e nos gargalos na infraestrutura de portos e aeroportos. A candidata petista se irritou quando o tucano chamou-a de "profissional nessa arte (de mentir"), considerando "agressão pessoal". Felizmente as questões do aborto e da religião ficaram de fora, mas Dilma citou Deus três vezes, inclusive nas considerações finais. Serra terminou o debate, pela ordem do sorteio, citando Minas, onde vencer será decisivo na vitória. Era quase 1h da manhã, e os assessores de Dilma e Serra ainda estavam despertos para as palmas nas considerações finais de seus candidatos. O telespectador, certamente, já se debatia com seu travesseiro.
Texto: Blog do jornalista Cláudio Humberto