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domingo, 18 de dezembro de 2011

ARTIGO

A Maçonaria: Caminho para a virtude

Autor: Osvaldo Bezerra de Oliveira

As religiões existentes no mundo têm em geral como missão principal preparar o homem para o encontro com Deus, após a sua morte física no meio terreno.

Por não se conceber a Maçonaria como uma religião, mas sim como uma organização de homens livres, tem-se que ela visa a disseminar a virtude no âmbito da sociedade em geral.

No meu caso, fiquei profundamente tocado após o contato direto com irmãos membros da Maçonaria, principalmente pelo fato de eu que tive uma vida profundamente ligada à religião católica, aos dogmas do catolicismo, com uma formação ligada à teologia ensinada nas cátedras da Universidade Gregoriana de Roma, na Itália. Eis que me deparo com uma organização formada por homens livres, que buscam a prática da virtude.

Recordo-me que os meus primeiros contatos com a Maçonaria advieram da minha posse em Arcoverde como vigário da Paróquia de Nossa Senhora do Livramento, em janeiro de 1968, por meio do então Bispo Diocesano da época, Dom Severino Mariano de Aguiar, que tinha um bom entrosamento com os irmãos que formavam a Loja Maçônica de Arcoverde naquela época.

No seio da sociedade atual, seja por razões de desconhecimento ou até mesmo de má fé, há um sentimento negativo contra a maçonaria. Os princípios maçônicos são por demais incentivadores da prática das virtudes no seio da sociedade hodierna. A vivência da virtude tem que ser atual, tem que ser construída enquanto somos caminhantes e construtores de uma nova sociedade, uma vez que é por meio da vivência das virtudes, em meio à sociedade, que construiremos um novo ambiente social.

O que a maçonaria prega sobre a virtude é, justamente, o reconhecimento de que deve ser estimulada no interior da pessoa humana uma força para disseminar o bem, entendido no mais amplo sentido da palavra. É uma confraria formada por homens livres e de bons costumes, que busca uma afirmação de atitudes no ser humano que se coadune com a vida que se leva no meio social.

Atitudes maçônicas nada mais são do que tentativas de se unir a vida que você leva às atitudes concretas tomadas durante o caminhar que empreendemos neste mundo. De pouco adianta proferir palavras e mais palavras sem que as mesmas encontrem respaldo na vida cotidiana que você leva. Ser virtuoso, cultivar a virtude, ou melhor, as virtudes, é se colocar em sintonia com tudo que a maçonaria apregoa. É fazer com que a pessoa que pertence à comunidade maçônica procure se engajar nos destinos últimos da ordem.

Ser virtuoso, segundo os ensinamentos da confraria maçônica, é sempre tentar cumprir o dever para com a sociedade humana em que estamos inseridos e para com a família, inexistindo qualquer interesse de cunho pessoal. Em síntese, a virtude é face ao dever que devemos cumprir, a força motriz que deve embalar o ser humano em direção ao cumprimento do dever. A maior virtude que o homem é chamado a cultivar intensamente, sobretudo sendo ele um irmão inscrito na ordem, está resumido assim: 1) Respeito a Deus chamado de Grande Arquiteto do Universo; 2) Amor ao próximo como a si mesmo; 3) Dedicação extrema à família, pois esta é a célula “mater” da comunidade, da sociedade.

Os latinos cultivavam uma máxima que era atribuída ao filósofo grego Aristóteles que assim dizia: “VIRTUS IN MEDIO”. A virtude está no meio. O pensamento filosófico dos gregos e dos latinos primavam pela objetividade das suas posições face às ações dos homens da época, quando se tentava construir um corpo de doutrinas, em que as colocações extremadas eram abandonadas, dando-se ênfase às posições medianas ou moderadas. A filosofia abraçada pela família maçônica, no mundo inteiro, prima por uma posição clara, objetiva, onde os valores sociais, políticos e religiosos são defendidos e apregoados em meio à sociedade hodierna.

A maçonaria utiliza-se da ética Aristotélica, segundo a qual a felicidade é um processo de busca constante da virtude, que é o desenvolvimento das faculdades naturais e deve sempre obedecer à lei do meio termo, do equilíbrio: VIRTUS IN MEDIO EST.

E se valendo da ética Aristotélica chega-se à ética dos VALORES, que são uma marca da busca maçônica dos verdadeiros valores que permeiam a sociedade humana: justiça, caridade, temperança, família, pátria, liberdade, fraternidade e igualdade.

Nota: O irmão Osvaldo Bezerra de Oliveira é obreiro da Loja “20 de Abril” Or.’. de Pesqueira e Membro efetivo da Academia Maçônica de Ciências, Letras e Artes da COMAB.

Artigo enviado via email por 'Ti de Anastácio'.

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