Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O vice-presidente da Comissão Europeia, Joaquim Almunia, alertou hoje (17) que a Argentina poderá sofrer falta de crédito, se a expropriação da companhia petrolífera espanhola Repsol-YPF, determinada pela presidenta Cristina Kirchner, não for revertida.
“Quando digo que o povo argentino vai ser prejudicado, vai sofrer as
consequências, é porque a Argentina necessita atrair investidores estrangeiros,
pois não tem capacidade de poupança interna suficiente para cobrir todas suas
necessidades. E os investidores estrangeiros não ajudam países que não lhes
garantam segurança política e proteção de seus investimentos por um marco
jurídico claro”, disse Almunia.
Ele falou aos jornalistas no intervalo de um encontro sobre competitividade
internacional que ocorre no Rio e frisou o descontentamento dos europeus com a
atitude argentina.
“A União Europeia observa com grande preocupação o que aconteceu na
Argentina. Temos entre nossas responsabilidades a proteção dos investidores
europeus. Na medida em que esses interesses são afetados, a União Europeia deve
reagir e garantir a segurança jurídica. No nosso entender, a Argentina quebrou
as regras estabelecidas”.
O comissário europeu explicou que existe um acordo bilateral de proteção de
investimentos entre a Espanha e a Argentina e pediu que isso seja respeitado.
Perguntado se o fato poderia dificultar o diálogo entre Mercosul e União
Europeia, Almunia respondeu que “o Mercosul é bem maior que a República
Argentina”.
Almunia disse não acreditar que a expropriação da petrolífera vá prejudicar
os investimentos europeus nos demais países do bloco sul-americano. “Os outros
governos dos países do Mercosul não se comportam igual ao governo argentino,
então não têm porque sofrerem consequências negativas”.
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