Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse hoje
(19) que o governo não está preocupado com possíveis problemas da Petrobras na
Argentina. Segundo ele, em reunião que será realizada amanhã (20) com o
ministro do Planejamento argentino, Julio De Vido, o governo brasileiro vai
apenas “ouvir e redarguir [replicar]”.
“Não estamos visualizando nenhum problema com a Argentina, não
podemos colocar o carro adiante dos bois. Nossas relações da Petrobras com a
Argentina estão em plena normalidade, não há o que abordar sobre o assunto”,
disse Lobão.
Na última segunda-feira (16), o governo argentino anunciou a
proposta de expropriação da petrolífera YPF, administrada pela espanhola
Repsol, alegando falta de investimentos da empresa no país. Como a Petrobras
tem muitos investimentos no país vizinho, existe o temor de que algo semelhante
possa ser feito com a empresa brasileira.
Um dos assuntos abordados na reunião de amanhã será o aumento de
investimentos da Petrobras na Argentina, que já foi debatido recentemente em
visita recente de Lobão a Buenos Aires. Outra tema que entrará em debate será a
construção das usinas hidrelétricas Garabi e Panambi, que serão construídas em
parceria entre os dois países.
Lobão também relatou que o presidente uruguaio, José Mujica, pediu
hoje o aumento do volume de energia fornecida pelo Brasil ao seu país.
Atualmente, o Brasil fornece 300 megawatts de energia, e o Uruguai pediu que o
fornecimento suba para 500 megawatts, mas, segundo Lobão, o Brasil não poderá
atender a essa demanda imediatamente.
“Neste momento, estamos com uma seca intensa no Rio Grande do Sul.
Nossas hidrelétricas estão praticamente paralisadas no estado. Estamos enviando
energia de outros estados para o Rio Grande do Sul e não podemos dispor desta
energia para outro país neste momento”, disse. O ministro garantiu que o Brasil
vai despachar energia de uma termelétrica de Uruguaiana (RS) para atender ao
país vizinho.
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