Cinco cidades-sede correm o risco de não ter turistas suficientes para a rede
hoteleira após a Copa
Camila MacielRepórter da Agência Brasil
São Paulo – Cinco das 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 correm o risco
de ter, após a competição, mais quartos de hotéis do que turistas dispostos a
ocupá-los. É o que aponta o levantamento do Fórum de Operadores Hoteleiros do
Brasil (FOHB), divulgado ontem (18), em São Paulo. O Placar da
Hotelaria, feito pela empresa de consultoria Hotel Invest, projeta para
Cuiabá, Belo Horizonte, Brasília, Manaus e Salvador baixas taxas de ocupação a
partir de 2015. Rio de Janeiro e São Paulo, por outro lado, apresentam boas
perspectivas de demanda para os novos empreendimentos.
No total, o levantamento mostra um crescimento de 5,4% da oferta de leitos, em comparação com o levantamento anterior, de outubro de 2011. Até 2015, estão previstos 21.143 novos apartamentos na rede de hotelaria.
No total, o levantamento mostra um crescimento de 5,4% da oferta de leitos, em comparação com o levantamento anterior, de outubro de 2011. Até 2015, estão previstos 21.143 novos apartamentos na rede de hotelaria.
“É importante garantir acomodação para os visitantes que participarão da Copa
do Mundo, mas não à custa de investidores incautos. O prognóstico ainda se
mostra convidativo. Espera-se crescimento considerável da demanda em diversos
mercados, motivado também pela elevação e melhor distribuição da renda
nacional”, assinala o documento.
De acordo com o estudo, Belo Horizonte é uma das cidades com maior risco de
superoferta, tendo em vista que a quantidade de quartos em 2015 quase dobrará em
relação ao número atual, passando de 6,2 mil para 12 mil. Com isso, a taxa de
ocupação que, no ano passado, estava em 70% nos hotéis econômicos, poderá cair
para 49%. Nos quartos de padrão médio também pode haver redução, de 67% para
43%.
Outra situação apontada como crítica pelo documento é a de Cuiabá, que teria
a taxa de ocupação reduzida de 65% para 49% em 2015. Segundo estimativa do FOHB,
o número de quartos disponíveis na capital matogrossense aumentará de 1,7 mil
para 2,7 mil.
Em Manaus, a taxa de ocupação pode cair de 68% para 59% nos hotéis econômicos
e de 63% para 56% nos de nível padrão (médio). O estudo prevê, ainda, que
Brasília terá 2,2 mil novos apartamentos até 2015, fazendo com a taxa de
ocupação caia de 64% para 57%. Em Salvador, a redução será menor nos hotéis
econômicos, de 66% para 64%. Nos hotéis de nível padrão, no entanto, a taxa de
ocupação deve cair de 66% para 59%.
Rio de Janeiro e São Paulo, que já apresentam elevadas taxas de ocupação,
permanecem como boas opções de investimento para a indústria hoteleira, aponta o
estudo. Nos hotéis econômicos da capital fluminense, por exemplo, que atualmente
têm taxa de ocupação de 84%, a expectativa é de elevação para 88%. Também é
esperado crescimento nas taxas dos hotéis de luxo (alto padrão), de 70% para
75%. Nas acomodações de padrão médio, por outro lado, a previsão é queda de 77%
para 68%.
São Paulo, que tem um oferta hoteleira atual de 37,7 mil quartos, passará
para 38,7 mil em 2015. A demanda deve sustentar esse crescimento em todas as
categorias, segundo estimativa publicada no Placar da Hotelaria. No
geral, estima-se uma taxa de ocupação de 79% em 2015, elevação de 11 pontos
percentuais em comparação com o índice atual (68%).
Porto Alegre, mesmo com o aumento da oferta decorrente dos investimentos para
a Copa do Mundo, não deve sentir mudanças na taxa de ocupação que, segundo o
estudo, deve se manter em 70% até 2015.
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