Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Uma lei federal que regulamente a operação de parques de diversão é o que defende a Associação das Empresas de Parques de Diversões do Brasil (Adibra) para trazer mais segurança ao setor. “A partir do momento em que o poder constituído fizer isso, nós teremos uma segurança, mesmo nos parques menores, muito aumentada”, explica o presidente da entidade, Francisco Donatiello Neto.
Em parceria com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a Adibra
elaborou as regras para o setor, em um documento lançado em 2011. “São
aproximadamente 300 páginas, aceitas internacionalmente. Nós estamos trabalhando
agora para que os governos municipais assumam essas normas para a abertura de
parques.”
Mas o ideal, de acordo com ele, é que o padrão seja estabelecido
nacionalmente. Assim, nenhum parque ficaria de fora da regulação. “Está faltando
o Poder Público assumir as normas técnicas como lei”, defende.
Apesar de pedir que o setor seja regulamentado, Donatiello garante que as
empresas brasileiras de parques trabalham de acordo com os padrões
internacionais de qualidade. “Parques de diversões são lugares altamente
seguros. Nós trabalhamos em perfeita sintonia com os fabricantes mundiais. Há
alguns aparelhos com sistema de modem, que manda informações para os
fabricantes."
Donatiello critica o relatório da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo,
no qual 1.641 pessoas ficaram feridas em acidentes nos playgrounds e
parques de diversões durante o ano passado. Foram, em média, 4,49 internações
por dia em todo estado. “Eles estão colocando na mesma estatística todo e
qualquer acidente em playground, que é um equipamento da
municipalidade. Essa estatística está longe de ser verdade no que se refere a
parques de diversão”, reclama.
O médico supervisor do Grupo de Resgate e Atendimento a Urgência (Grau), Gustavo Feriani, chegou a relacionar o alto número de acidentes na região de Campinas (76%) aos grandes parques instalados nas proximidades do município.
O médico supervisor do Grupo de Resgate e Atendimento a Urgência (Grau), Gustavo Feriani, chegou a relacionar o alto número de acidentes na região de Campinas (76%) aos grandes parques instalados nas proximidades do município.
Donatiello reconhece que o Poder Público enfrenta dificuldades para
fiscalizar os parques. O problema poderia, segundo ele, ser resolvido com a
adoção das normas técnicas elaboradas pela Adibra. As regras exigem, por
exemplo, que os parques apresentem periodicamente um laudo assinado por
engenheiros, referendando a instalação dos brinquedos.
Em Vinhedo, na região metropolitana de Campinas, a prefeitura informou que
solicita aos parques o alvará de funcionamento e o alvará prévio do Corpo de
Bombeiros. A cidade abriga um dos maiores parques da América Latina, o Hopi
Hari, onde em fevereiro um acidente matou uma adolescente de 14 anos.
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