Ex-diretor do Dnit admite ter pedido doação de empresas para campanha
presidencial
Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes (Dnit) Luiz Antonio Pagot negou há pouco, em depoimento na Comissão
Parlamentar Mista de Inquérito do Cachoeira, ter arrecadado dinheiro para
campanhas políticas, mas admitiu ter pedido a empresas que tinham contratos com
o órgão doações para o PT durante o primeiro turno das eleições presidenciais de
2010.
Ele disse que não agiu politicamente para que empresas fizessem doações a
comitês partidários, mas contou que foi procurado pelo então tesoureiro de
campanha do PT, José de Filippi Junior, para obter informações sobre empresas
que poderiam fazer doações.
“Não arrecadei para a campanha eleitoral. Penso que a forma de arrecadar é ir
lá na empresa conseguir os valores, fazer com que os valores se apresentem nas
contas públicas de campanha. Não tive atividade política, mas fui procurado pelo
tesoureiro da campanha da presidenta Dilma [Rousseff] e ele me pediu ajuda."
Pagot contou que mostrou a José de Felippi, em uma reunião no Dnit, a lista
das empresas que trabalhavam com o departamento. Eram 369 empresas. "Ele
[Felipe] me disse que, com as maiores, não era preciso se preocupar, porque era
assunto do comitê de campanha. Que, se pudesse pegar umas 30 a 40 empresas para
fazer solicitações, que apresentassem a doação na conta de campanha. Isso no
transcurso do primeiro turno”, disse o ex-diretor do Dnit.
Segundo ele, foram encaminhadas solicitações para algumas empresas, sem que se associassem eventuaisl doações ao recebimento de benefícios em contratos com o órgão. “Obviamente, encontrados alguns empresários ou seus procuradores, acreditei que não estava cometendo nenhuma ilegalidade. De maneira nenhuma, associei a doação de campanha a qualquer ato administrativo no Dnit, e pedi, sim, se pudessem fazer alguma doação de campanha. Não estabeleci percentuais”, destacou.
Segundo ele, foram encaminhadas solicitações para algumas empresas, sem que se associassem eventuaisl doações ao recebimento de benefícios em contratos com o órgão. “Obviamente, encontrados alguns empresários ou seus procuradores, acreditei que não estava cometendo nenhuma ilegalidade. De maneira nenhuma, associei a doação de campanha a qualquer ato administrativo no Dnit, e pedi, sim, se pudessem fazer alguma doação de campanha. Não estabeleci percentuais”, destacou.
De acordo com Pagot, todas as doações ocorreram de maneira legal.
“Posteriormente ao meu pedido, algumas empresas encaminharam para mim o boleto.
Não passou de meia dúzia. Fizeram a doação legalmente na conta da campanha.
Posteriormente, segundo informações da Justiça Eleitoral, constatei que diversas
empresas às quais fiz a solicitação, realmente fizeram a doação.”.
Ainda deve ser ouvido hoje pela comissão o empresário Adir Assad, dono das
empresas JSM Terraplanagem Ltda. e SP Terraplanagem Ltda. Ontem (27), o ministro
Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, concedeu a Assad habeas
corpus garantindo a ele o direito de permanecer calado na CPMI.
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