Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Gol Linhas Aéreas descartou a possibilidade de reverter as
demissões de trabalhadores e a extinção da Webjet, empresa adquirida
recentemente pelo grupo. Apesar disso, o presidente da companhia aérea, Paulo
Sérgio Kakinoff, disse “não haver previsão” de novas demisões, além das já
anunciadas. Ele se reuniu hoje (28) com o ministro-chefe da Secretaria de
Aviação Civil da Presidência da República, Wagner Bittencourt, para discutir o
assunto.
Durante a reunião, Kakinoff apresentou ao ministro as justificativas para a
redução do quadro de funcionários e do encerramento da empresa adquirida. “Com
aviões 737-300, que consumem em média 28% a mais de combustível em relação aos
737-800 que operam pela Gol, a Webjet tinha aeronaves inviáveis do ponto de
vista econômico, considerando que o atual preço do combustível representa 45%
dos custos da aviação. Por isso, tomamos a decisão de não mais operar com esses
equipamentos que compunham majoritariamente a frota da Webjet”, disse
Kakinoff.
Segundo ele, a Gol opera atualmente com 70% de sua capacidade. Com a
aquisição da nova empresa, a expectativa é ampliar a capacidade para 76%. “Isso
nos permite absorver a malha da Webjet, com a nossa estrutura e frota, e mitigar
parte dos custos excessivos que estão fazendo com que, em 2012, o setor tenha
seu pior ano em resultado operacional e financeiro”, disse Kakinoff ao informar
o prejuízo de R$ 1 bilhão no ano, registrado pela empresa.
Apesar disso, garantiu, “temos condições de, com a estrutura da gol e sem
qualquer tipo de transtorno, absorver os voos, os passageiros e também os
colaboradores que eram responsáveis pelas atividades de aeroportos”,
acrescentou. Segundo ele, a Gol trabalhará com uma margem de 14 pontos
percentuais de capacidade ociosa a ser ocupada, para chegar a 90% da capacidade
disponível.
“Não há a possibilidade de revertermos essa decisão de encerramento, uma vez
que ela está ligada ao aspecto técnico de não trabalharmos com aviões com 21
anos de uso e que – comparados aos da frota da Gol que têm, em média, seis anos
de utilização – consomem 30% a mais de combustível”, acrescentou. Ele explicou
que esse tipo de gasto é “o principal fator da composição de custo” da
empresa.
Kakinoff informou que a desoneração da folha de pagamento não foi pauta da
reunião com o ministro Bittencourt. “O governo sabe do atual cenário do setor
aeronáutico. São dados públicos. Essa desoneração, no caso da Gol, teria impacto
positivo de aproximadamente R$ 90 milhões no ano. Simultanemamente, só os
reajustes nas tarifas aeroportuárias representam aumento de R$ 140 milhões nos
custos” .
O efeito das duas ações combinadas, acrescentou, adiciona um custo de R$ 50
milhões para a companhia, em relação à operação deste ano.
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