Luciano Nascimento*
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O confronto envolvendo policiais federais e índios mundurukus da
Aldeia Teles Pires, na divisa do Pará com Mato Grosso, será investigado pelo
Ministério Público Federal (MPF). O conflito ocorreu no dia 7 deste mês e causou
a morte do índio Adenilson Kirixi Munduruku. Dois policiais e seis índios
ficaram feridos. O inquérito foi aberto hoje (19) pelo MPF.
A denúncia partiu dos próprios
indígenas que acusaram a Polícia Federal (PF) de ter matado Adenilson com três
tiros. Organizações da sociedade civil entraram com uma representação
solicitando que os fatos sejam apurados e os culpados pelos ataques e a morte do
índio munduruku sejam criminalmente punidos. A representação diz ainda que a
ação da PF resultou na destruição de embarcações e instrumentos de pesca dos
índios.
A investigação ficará a cargo dos
procuradores da República Felipe Bogado, que atua em Santarém (PA), e Márcia
Brandão Zollinger, do MPF em Cuiabá (MT). Eles solicitaram à PF informações para
saber se houve necropsia, para apurar a causa da morte, e se houve a
identificação, apreensão e o exame pericial na arma que teria efetuado o disparo
contra o indígena.
O MPF também solicitou cópia de
áudios e vídeos que tenham sido gravados nos dias da ação policial e a relação
detalhada de todos os participantes da operação, sejam eles da PF, da Força
Nacional de Segurança, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama), da Fundação Nacional do Índio (Funai) ou de
quaisquer outros órgãos.
De acordo com os índios, a Polícia
Federal chegou ao local por volta das 8h, usando helicópteros e fortemente
armada. O barulho das máquinas, segundo eles, assustou a comunidade que lançou
flechas em defesa da aldeia. Os agentes, então, revidaram com tiros e usados
armas de efeito moral.
Em nota divulgada a imprensa, a PF
disse que houve acordo com os índios para a realização da operação na área dos
mundurukus. E que o incidente teve início após a polícia ter inutilizado uma
balsa usada na extração de ouro e que pertenceria ao líder dos índios.
*Com informações da assessoria
de comunicação do Ministério Público Federal no Pará
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