Repórter da Agência Brasil
Brasília – Cinco dias após o início da operação de retirada de fazendeiros e
trabalhadores rurais que vivem no interior da Terra Indígena Marãiwatsédé, na
região nordeste de Mato Grosso, cerca de 20 mil hectares das propriedades foram
oficialmente retomados de proprietários não índios. A área total da terra
indígena é 165.241 hectares.
Um balanço feito pela força-tarefa do governo federal, formada por
representantes da Secretaria-Geral da Presidência da República, do Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da Fundação Nacional do Índio
(Funai), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama), da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal, da
Força Nacional e do Exército, percorreu 13 grandes fazendas na região. A maioria
estava desocupada.
A Terra Indígena Marãiwatsédé tem 242 empreendimentos, entre casas,
comércios e fazendas, que pertencem a não índios.
A coordenação da operação informou que estão disponíveis, para ocupação
imediata, 30 lotes destinados a assentamento das famílias que moravam nas áreas
desocupadas e atendem aos critérios e normativas do programa de reforma agrária.
Uma equipe do Ministério do Trabalho chegou à região para fiscalizar e orientar
os empregados das fazendas a respeito de seus direitos trabalhistas.
No início desta semana, fazendeiros e trabalhadores rurais bloquearam trechos
da Rodovia BR-158, que liga Barra do Garça (MT) a Belém (PA). Eles protestavam
contra a decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região que, em 2010,
reconheceu a legalidade da demarcação de terras, homologada em 1998 e
determinou a retirada dos ocupantes não indígenas e a recuperação das áreas
degradadas.
O Ministério Público Federal em Mato Grosso pediu à PF que
investigue quem está à frente dos protestos de manifestantes contrários ao
cumprimento da decisão judicial que determina a saída dos que não são índios da
Terra Indígena Xavante Marãiwatsédé.
Na tarde de hoje, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da
República, Gilberto Carvalho, divulgou uma nota de repúdio às declarações do
fazendeiro Sebastião Prado ao site RD News, de Cuiabá (MT). Sebastião
disse que o secretário nacional de Articulação Social da Secretaria-Geral da
Presidência da República, Paulo Maldos, teria pedido uma elevada soma em
dinheiro para dificultar a desintrusão (ato ou efeito de retirar de imóvel quem
dele se apossou sem autorização do proprietário) da Terra Indígena
Marãiwatsédé
“Essa suposta denúncia é falsa e caluniosa, feita por um ocupante ilegal de
extensa área no território xavante e é mais um exemplo das mentiras e falsidades
veiculadas por líderes de um suposto movimento que tenta impedir a devolução da
terra dos marãiwatsédés”, disse Carvalho.
Na próxima segunda-feira (17/12), os integrantes da força-tarefa farão um
balanço da operação, que, então, completará uma semana.
* Com informações da Fundação Nacional do Índio (FUNAI)
Um comentário:
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