- O ELIXIR -
Lá
pelos idos de 1930 era comum no nosso interior o domínio dos coronéis
fazendeiros que mantinham em suas propriedades rurais um grupo de permanentes e
fiéis empregados que tinham por seu patrão uma profunda admiração e respeito.
Esse respeito também era estendido aos desconhecidos, desde que não houvesse
motivos para o contrário! Neste mapa vivia o avô do professor Edson, meu mestre
e depois meu colega de universidade.
Ele
me contou que sua avó não estava passando bem e, então, seu avô, proprietário no
Curimataú paraibano, chamou seu capataz e ordenou-lhe ir até uma farmácia em
Cuité, comprar “elixir de cabeça-de-negro”. Cabeça-de-negro, pra quem não
conhece, é uma raiz medicinal do interior nordestino e que aquele farmacêutico,
muito sabido, fazia e vendia uma xaropada que chamava de elixir, uma denominação
mais sofisticada e atraente comercialmente.
Partindo
no seu cavalo, o obediente cavaleiro chegou até a desconhecida (pra ele!)
farmácia e quando se aproximou do balcão, para sua surpresa quem lhe atendeu foi
um senhor acentuadamente moreno, que foi logo perguntando cordialmente: - O que o senhor deseja? Ele muito
encabulado e sem saída respondeu-lhe com todo o respeito: - Meu patrão mandou que eu comprasse “elixir
de cabeça de Vossa Senhoria”!
Do Blog do Profesor Carlos Fernandes
Um comentário:
Pense num cabra respeitador!
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