Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Sob um calor de mais de 30º Celsius, dezenas
de pessoas caminharam ontem (24) na orla de Copacabana, zona sul da capital
fluminense, pedindo a renúncia do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB).
Com faixas, cartazes e gritos de ordem, foram até o Leme, recebendo apoio dos
banhistas.
O protesto foi organizado por meio de uma página de
relacionamentos na internet, e ocorre simultaneamente em mais de 30 cidades,
incluindo as capitais Brasília, Belém, Vitória, Florianópolis e Maceió. Em
Alagoas, estado que elegeu o político para o Senado, mais de duas mil pessoas
confirmaram presença.
De acordo com uma das organizadoras do ato no Rio, a assistente
social Maria Abreu de Oliveira, de 40 anos, as pessoas precisam "ir às ruas como
no impeachment do ex-presidente da República Fernando Collor de Mello", em
1992.
"Não achamos justa a forma pela qual este senhor assumiu o
Senado, é hora de tomar as ruas, pintar a cara e mostrar nossa indignação",
disse Maria Abreu. "O brasileiro, por causa da repressão, não tem o costume de
ir às ruas, mas é preciso resgatar o velho jeito de protestar e sair da
internet", completou.
Carregando faixas com os dizeres Choque de Ordem no Senado,
Fora Renan e Chega de Corrupção, os manifestantes chamaram a atenção de quem
passava pela orla. "Temos uma petição assinada por milhares de pessoas. Isso não
pode passar em branco, é a vontade do povo", disse a estudante Júlia Marques, de
24 anos.
A moradora de Copacabana, Juliana dos Santos Silva, de 23 anos,
que não sabia do protesto, se juntou ao grupo. "Este Congresso todo é uma
vergonha", disse ao reforçar o coro dos manifestantes. Outros pediram para que o
senador "faça como o papa (Bento XVI)" e renuncie ao cargo.
A Guarda Municipal não estimou o número de participantes.
Segundo a organização, eles somavam cerca de 100 pessoas. Para Fabrício Silva,
estudante de 29 anos, o fechamento das estações do metrô mais próximas a
concentração, para obras, atrapalhou o acesso de muitos manifestantes. A próxima
manifestação pela renúncia do presidente do Senado, segundo ele, será em abril e
já foi batizada como o Dia do Basta, contra a corrupção.
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