Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O Supremo Tribunal Federal (STF) negou ontem (21) os
recursos de mais quatro réus condenados na Ação Penal 470, o processo do
mensalão. Desde o início do julgamento dos recursos, na semana passada,
o Supremo rejeitou 11 recursos. Até agora, nenhum réu conseguiu anular a
condenação.
Na sessão desta quarta-feira, os ministros negaram os recursos do
ex-deputado federal Bispo Rodrigues (PL-RJ, atual PR), da ex-presidenta
do Banco Rural Kátia Rabello, do ex-vice-presidente do banco José
Roberto Salgado e de Vinícius Samarane, ex-diretor do Rural.
Bispo Rodrigues foi condenado a seis anos e três meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Kátia Rabello
recebeu pena de 16 anos e oito meses por formação de quadrilha, lavagem
de dinheiro, gestão fraudulenta e evasão de divisas. No caso do crime
de gestão fraudulenta, a pena chegou a quatro anos de prisão e, por
lavagem de dinheiro, a cinco anos e dez meses de prisão.
José Roberto Salgado, ex-vice-presidente do Banco Rural, foi condenado a 16 anos e oito meses de prisão. O ex-diretor do banco Vinícius Samarane foi condenado por lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta a oito anos e nove meses.
No início da sessão de
hoje, o ministro Joaquim Barbosa pediu a palavra para defender a
celeridade dos trabalhos do tribunal. Para o ministro, como presidente
do STF, ele deve “zelar pelo bom andamento dos trabalhos". “Justiça que
tarda não é justiça. Todas as minhas decisões estão impregnadas desta
visão", disse.
Já o ministro Ricardo Lewandowski considerou a discussão,
ocorrida na semana passada, um “episódio lamentável” e disse que foi
confortado com manifestações de apoio de associações de magistrados e de
jornalistas. O ministro mais antigo da Corte, Celso de Mello, defendeu a
livre manifestação dos integrantes do STF e disse que os votos
divergentes devem ser respeitados. "A história tem registrado que nos
votos vencidos algumas vezes reside a semente das grandes
transformações", disse.
O julgamento continua hoje (22) com a análise dos recursos dos réus Marcos Valério e Delúbio Soares.
Nenhum comentário:
Postar um comentário