VENEZUELA INTENSIFICA MEDIDAS PARA COIBIR ESPECULAÇÃO
Da Agência Brasil*
12/11/2013
Brasília - O governo da Venezuela aumentou a fiscalização para
coibir a especulação financeira. Nesta terça-feira (12) foram bloqueadas
50 páginas na internet que eram usadas para difundir a cotização do
dólar no mercado paralelo. Além disso, começaram as fiscalizações de
preços em lojas de eletrodomésticos em diversas cidades do país.
O bloqueio dos sites foi anunciado pela Comissão Nacional de
Telecomunicações (Conatel). Além disso, o órgão orientou as prestadoras
de serviço de internet a notificarem os sites para que não permitam a
publicação da cotação paralela.
A medida faz parte de um pacote de ações que o governo venezuelano
começou a implementar para tentar vencer os problemas causados pela
especulação financeira que afetam o abastecimento e contribuem para a
alta inflação.
O diretor da Conatel, Pedro Maldonado, disse que a maioria dos sites
e portais bloqueados estavam hospedados em servidores nos Estados
Unidos o que para ele é um indício do apoio que os americanos tem dado à
oposição venezuelana.
“Estes sites só eram usados para gerar uma bolha especulativa e uma
inflação irreal. Isso era feito de maneira anônima, sem nome e sem
registro, mas que utilizava parte da infraestrutura de telecomunicações
dos principais provedores de internet no país”, explicou Maldonado.
Além dos bloqueios, o governo definiu aplicações de sanções para as
páginas que divulgarem cotações do dólar paralelo. O dólar oficial vale
U$6,3 bolivares, mas no mercado paralelo, o valor médio é de 40
bolivares, com picos de cotação de até 60 bolivares, cada dólar.
Quanto às medidas adotadas para a fiscalização de venda de produtos
em lojas a fim de evitar a cobrança de preços qualificados como
“abusivos”, o governo explicou que não pretende “atemorizar” o comércio.
“Não estamos fazendo uma caça às bruxas. O que estamos fazendo é
supervisionar o setor privado para que, verdadeiramente, tenham uma
ganância justa, sem prejudicar o salário dos venezuelanos”, disse o
diretor do Órgão Superior de Economia, Herbert García Plaza.
Segundo ele, os comerciantes devem se adequar às regras e preços
estabelecidos pelo governo de Nicolás Maduro, e evitar que o Executivo
adote “ações legais” ao setor. “O objetivo é baixar os preços e proteger
o salário do povo”, ressaltou García Plaza.
As medidas econômicas vêm sendo implantadas pelo governo Maduro
desde setembro para tentar resolver os problemas causados pela alta
inflação e o desabastecimento. Além de fiscalizar preços, fazer leilões
de dólares e aumentar o controle sobre o mercado paralelo do dólar, o
país também recebe ajuda de países do Mercosul e da Colômbia para
contornar a escassez de alimentos por que passa.
Nicolás Maduro tem atribuído os problemas financeiros à ações
especulativas lideradas, segundo ele, pela oposição no país. “Se não
fosse a guerra econômica, este ano a inflação estaria entre 16% e 18%,
talvez mais baixa”, defendeu em uma marcha em defesa da economia no
país. A inflação acumulada entre janeiro e outubro deste ano foi de
49,4%, segundo o Banco Central do país.
*Com informações da Agência Venezuelana de Notícias (AVN)
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