Prada ou Ramenzoni? Ou um legítimo Panamá soft para conter a canícula caicoense? O chapéu na política norte-rio-grandense teve raríssimos adeptos. Usado assim como instrumento de trabalho só Vivaldo. A sua vocação vaticana não está somente no semblante cardinalício ou mesmo papal. A sua voz é ostentatória e a gargalhada gregoriana. Se não o conhecesse bem, diria que São José da Bonita o fez o primeiro padre, depois cônego, monsenhor, bispo, arcebispo, cardeal, e finalmente, papa. Jerimum é marketing caipira. Muitos se abrigam no seu chapéu como se fosse um sombreiro mexicano. O chapéu de Vivaldo personaliza ainda mais a sua figura prazenteira. Não, não é o chapéu de Pedro Lucena Dias. O famoso chapéu da viagem dos anos sessenta. O chapéu vivaldense tem um aplomb de austeridade clerical. Ou discreto chapéu da burguesia de São José do Seridó - c'est la même chose. Não sei porque lembrei-me de Ernani Sátiro que tinha a voz, a cara e o glamour da UDN. Vivaldo é filho da UDN e por isso parecido com o ex-governador paraibano. Daí o chapéu udenista. Isso para não queimar ao sol escaldante a cabeça pensante dos bastidores da política do Seridó. O chapéu do Governador é para não ser comparado. É personalíssimo. Eu não o comparo. Eu o separo. Esse é o esforço de personalizar o seu governo. Curto, transitório, oculto, mas de Vivaldo. De Caicó. De São José da Bonita. Uma logomarca.
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Do livro: A POLÍTICA E SUAS CIRCUNSTÂNCIAS de autoria do ex-deputado Valério Mesquita (página 13). Impresso pelo Departamento Estadual de Imprensa do governo do Estado do Rio Grande do Norte. Natal, 1997.
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