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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

ESTADO DO RN: FATOS E CAUSOS DA POLÍTICA PARTIDÁRIA.

AS CONSEQUÊNCIAS DA REVOLUÇÃO DE 1930 EM BAIXA VERDE (*)
João Câmara era prefeito de Baixa Verde, quando a Revolução de 1930. Chegava. Ele tinha conceito de ser um dos melhores prefeitos de municípios pequenos do Estado.
Nesse ano, semanalmente, Baixa-Verde era citado nos jornais, não tanto pele importância do município, mas pela fama do seu prefeito como grande industrial e homem já influente no Estado. E não tardou que viesse a ser incluído na lista dos prefeitos demitidos pela Revolução.
Instalada, em outubro de 1930, a Junta Militar Governativa no Palácio de Natal, sua gestão começou pela dissolução da Assembleia Legislativa e demissão dos prefeitos.
João Câmara aguardou o seu substituto, recebeu-o na prefeitura e passou-lhe a direção do município, assumindo, no momento, com tranquilidade e responsabilidade pelos seus atos. O Interventor Federal Dr. Irineu Jofily, recebeu depoimentos os mais trágicos sobre o prefeito demissionário: J.C. era analfabeto, desonesto, dono do município e pedante.
Já demitido, foi chamada duas vezes ao Palácio. Mas J.C. tinha a defesa fácil que independia de provas. A clareza e a simplicidade de sua exposição eram uma evidência incontestável. Uma das acusações, inclusive a maior, era de que havia se apossado de bens do Estado, isto é, de cinco moinhos e usufruído os benefícios destinados ao povo espoliado. O Interventor procurou apurar tudo, quando teve a prova de que o acusado era proprietário dos moinhos e o Estado seu devedor, imediatamente, reconheceu a injustiça que lhe estavam fazendo.
E, J.C. demitido pela Junta Militar em outubro, era readmitido prefeito em 6 de dezembro, sendo empossado em 14 de dezembro deste mesmo ano. Ele não queria aceitar, relutou muito, sendo preciso que seu grande amigo Fernando Pedroza, o convencesse a aceitar.
Ele, na verdade, estava ao lado das figuras mais importantes e tradicionais do Estado. Nos telegramas enviados ao governo Central esclarecendo os acontecimentos, sempre figurava o nome de João Câmara, como homem de bem. Nos jornais do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, essas notícias eram veiculadas. A imprensa do Nordeste e Norte comentava que o chefe de Baixa-Verde era promovido pela força dos fatos, a sentar-se à mesa redonda das figuras mais importantes da política do Rio Grande do Norte.
Na verdade, a decisão do Interventor Federal, Irineu Jofily, fazendo J.C. aceitar a assumir a prefeitura de Baixa-Verde, fora um teste para os inimigos conhecidos e desconhecidos dele.
De todo esse acontecimento e episódio de 1930, ele saiu mais forte e vitorioso, projetando-se no plano estadual e tornando-se conhecido em muitos Estados do Brasil.
Seu mandato, como prefeito de Baixa Verde, terminava em 28 de novembro de 1932, quando era substituído pelo Dr. Abelardo Calafange, na época da Interventoria de Bertino Dutra da Silva.

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Transcrito do livro: JOÃO CÂMARA – UM HOMEM ADMIRÁVEL, de autoria do professor  PAULO PEREIRA DOS SANTOS. Impresso pelo Departamento Estadual de Imprensa (DEI) do Governo do RN. Natal, ano de 1997.
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 João Severiano da Câmara nasceu em Taípu (RN), em 8 de março de 1895 e faleceu em Natal (RN), em 12 de dezembro de 1948. Foi um dos mais ricos empresários do Estado potiguar. Como político exerceu os cargos de: Intendente do município de Taípu; prefeito de Baixa-Verde, Deputado Estadual e Senador da República. Estava cotado para disputar o governo do estado nas eleições do ano de 1950, que se avizinhava,  e certamente teria sido eleito governador, caso a morte não o tivesse ceifado aos 53 anos de idade.

(*) Em 19 de novembro de 1953 a Assembleia Estadual do RN promulgou a Lei nº 899/53, passando o município de Baixa-Verde a  denominar-se João Câmara.
BV

Um comentário:

Anônimo disse...

PARABÉNS POR ESSAS POSTAGENS SOBRE A POLÍTICA DO NOSSO ESTADO. CONTINUE PUBLICANDO NOVAS HISTÓRIAS.
LUIZ NEVES