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sábado, 4 de janeiro de 2014

POESIA POPULAR NORDESTINA

- UM INFELIZ COMO EU -
Moysés Lopes Sesyom

A morte mata o sultão,
Arcebispo e Cardeal, 
Presidente, Marechal,
Ministro, conde e barão.
Em tempo matou Roldão
Como na história deu
O próprio Jesus morreu:
Mata tudo ó morte ingrata
Só não sei porque não mata
Um infeliz como eu
- - - - -
Ela mata todo mundo
Branco, preto, rico e pobre
Mata o potentado, o nobre
Mata o triste e o vagabundo.
Matou Dom Pedro Segundo
Matou quem o sucedeu,
Capitalista e plebeu,
Mata tudo, não tem jeito
Só não mata, por despeito,
Um infeliz como eu.
- - - - -
Não reserva o cientista;
Mata, sem dó o profeta.
Tirana, mata o poeta
Mata o maior estadista;
Mata também o artista,
O cego, o mudo, o sandeu
Mata o crente e o ateu, 
Diplomata e titular,
Mas, poupa, não quer matar,
Um infeliz como eu.
- - - - -
Ela mata no Senado
Como matou Rui Barbosa,
Entra no Congresso airosa
Aí, mata um deputado;
Matou Pinheiro Machado
Dele não se condoeu
Ela jamais atendeu
Mata gente, mata bicho
Mas, não mata por capricho
Um infeliz como eu.
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