Paulo Victor Chagas e Yara Aquino - Repórteres da Agência Brasil
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse ontem (3) que
estuda a apresentação de um projeto de regulação da mídia, que não
interfira no conteúdo do que é publicado pelos meios de comunicação. O
ministro participou nesta manhã da cerimônia de posse dos novos ministros da Casa Civil, da Educação, da Saúde e da Secretaria de Comunicação Social (Secom).
“Sou favorável à regulação da mídia, sempre falei isso e sempre
defendi. Nós precisamos apenas chegar a um acordo sobre qual vai ser o
modelo, qual vai ser a forma de conduzir, se vamos fazer um projeto
único ou se vamos fazer por partes”, declarou a jornalistas após o
evento.
Paulo Bernardo disse que o projeto apresentado pelo ex-ministro da
Secom Franklin Martins tem que ser complementado. “Temos que incluir
questões essenciais sobre o que acontece na mídia de internet”,
explicou. Para o ministro, é preciso criar regulações para o monopólio
da mídia.
Segundo ele, ainda há espaço para o recebimento de sugestões sobre o
melhor modelo a ser adotado no país. “Inclusive meus companheiros do PT,
que muitas vezes se colocam favoráveis a esse tema, acho que seria
importante contribuir também”, disse, deixando claro que não se referia a
regulação de conteúdo. “Sou a favor da liberdade de expressão”.
“O Google está se tornando o grande monopólio da mídia. A gente vê
uma disputa entre teles [empresas de telecomunicações] e TVs e,
provavelmente, se durar muitos anos, o Google vai engolir os dois”,
declarou. Para o ministro, há uma situação assimétrica de empresas que
vendem serviços pela internet e não têm as mesmas responsabilidades que
veículos tradicionais.
De acordo com Paulo Bernardo, somente em 2013 o Google faturou R$ 3,5
bilhões de publicidade no Brasil. “E esse dinheiro tem imposto? Os
[mesmos] impostos que a mídia tradicional paga? Não acredito que tenha”,
questionou.
Em nota enviada no fim da tarde à Agência Brasil, a
empresa informou que paga todos os impostos devidos. "Pagamos todos os
impostos que são devidos no Brasil, assim como em todos os outros países
onde operamos". O Google destacou ainda que em 2012 recolheu mais de R$
540 milhões em impostos para as diversas esferas do governo brasileiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário