FILHOS DE CACIQUE MORTO ESTÃO ENTRE OS
ÍNDIOS PRESOS NO AMAZONAS
Ivan Richard - Repórter da Agência Brasil
Dois filhos do cacique Ivan Tenharim, Gilson e Ivan, estão entre os índios presos
na ação deflagrada ontem (30) pela Polícia Federal (PF) nas aldeias
Marmelo, Taboca e Campinho, localizadas a cerca de 150 quilômetros do
município de Humaitá, no sul do Amazonas. O líder indígena foi
encontrado morto na BR-230, a Rodovia Transamazônica, no dia 3 de
dezembro do ano passado.
A morte do cacique e um texto publicado no dia 6 de dezembro pelo
então coordenador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), por
Ivã Bocchini, que manifestava suspeita de que o indígena poderia ter
sido assassinado, e não vítima de acidente de moto, desencadearam a
tensão entre índios e brancos.
De acordo com nota da Polícia Federal em Rondônia, os índios tiveram
prisão temporária expedida pela Justiça Federal do Estado do Amazonas,
em razão de possível envolvimento na morte do representante comercial
Luciano Ferreira Freire, do professor Stef Pinheiro e do funcionário da
Eletrobras Aldeney Ribeiro Salvador. Os três estão desaparecidos desde o
dia 16 de dezembro, quando passavam pela BR-230, no trecho que corta a
área indígena. A Polícia Federal ainda prossegue nas investigações.
Segundo a PF, até o momento, foram percorridos cerca de 270 hectares, e
encontradas, no interior da terra indígena, peças do veículo ocupado
pelos desaparecidos.
Em nota, a Polícia Federal informou que, nas investigações, foram
ouvidas diversas testemunhas, entre indígenas e não indígenas e feita
perícia técnica nas peças encontradas. Cães farejadores e equipamentos
modernos de rastreamento estão sendo usados no local na tentativa de
localização de cadáveres e peças metálicas.
Revoltados, no dia 25 de dezembro, moradores de Humaitá atearam fogo
em 11 carros e na sede da Funai na cidade. Também foram queimados vários
pontos de cobrança de pedágio usados pelos índios ao longo da
Transamazônica.
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