- DE PEDREIRO A FEIRANTE. DE FEIRANTE A BANDIDO, E DE BANDIDO A ‘SANTO’ –
Por: Bira Viegas
Nascido no interior do Estado do RN no ano de 1928, em 1960 veio morar
em Natal.
Possuía o ofício de pedreiro. Trabalho duro e pouco ganho lhe faz seguir
a profissão de feirante, profissão que abandonou quando resolveu comercializar
um produto de origem vegetal, mas, de plantio, uso e comercialização ilegal:
maconha. Entrava assim no caminho da marginalidade. Furtos, arrombamentos, e
assaltos passaram a fazer parte do seu dia a dia, até que certa vez cometeu o
seu primeiro latrocínio. Em seguida, mais outros. Diversos é o que comentava a
população e a crônica policial da época. Três contabiliza as autoridades.
Tempos após - quando preso - admitiu apenas um.
Com o dinheiro conseguido com suas ações criminosas compra terras no
Agreste potiguar, mas precisamente nos municípios de Monte Alegre e São José do
Mipibu.
Tinha como comparsa um homem de nome Cosme Vieira de quem pouco se sabe,
até hoje, sobre sua vida e sobre seu paradeiro.
Em 1961 é capturado pela polícia do Estado potiguar.
No dia 29 de maio de 1962 consegue serrar as grades da cela onde se
encontrava preso e foge, se escondendo no bairro do Carrasco (atual Dix-Sept Rosado) onde residia e
tinha uma amante. É visto e denunciado por um policial que estava de folga.
Cercado pela polícia não se rende e atira nos policiais. É ferido. Mesmo assim
continua sua desesperada tentativa de se livrar dos agentes da lei procurando
esconderijo na casa de uma sua vizinha, que além de não atender o seu pedido
por um copo com água o entrega.
A polícia o encurrala. Novo tiroteio e chega sua hora. Vinte e duas
balas de revólver calibre 38 (conforme consta
no seu laudo cadavérico) tiram a vida de quem ceifou a existência dos
motoristas de taxi Moisés Luis do Nascimento (único crime de morte que admitiu ser de sua autoria), de Cândido
Ferreira e de Antônio Carlos de Souza.
Era noite de 30 de abril de 1962. Morria João Rodrigues Baracho ou como
ficou conhecido o "assassino de taxistas: Baracho.
Naquela noite Natal do início dos anos sessenta se sentiu mais segura.
Após sua morte surgiu uma crendice popular que persiste até os dias
atuais. Por lhe ter sido negado um copo com água e ter tido morto com seu corpo
crivado de balas, Baracho tinha se tornado um “Santo Milagroso”. Motivo pelo qual o seu túmulo, localizado no
cemitério do Bom Pastor, em Natal (RN), é visitado diariamente - e
principalmente - no dia dedicado aos finados por dezenas e de pessoas que
depositam no local, além de flores e velas, depósitos com água e garrafas de
pinga uma bebida que era muito apreciada pelo facínora...
...Obviamente antes de desencarnar e "se tornar Santo"!
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