ORDEM JUDICIAL
Chagas Lourenço - (Dez.2016)
Zezé Profeta era o presidente da câmara municipal de Santa Cruz (RN) e
resolveu fazer uma reforma grande no prédio do parlamento, porque,
segundo ele, um dilúvio se aproximava.
Contratou Borrego para esvaziar e lavar a cisterna do prédio, Juvenal Pé de Copa , para trocar todas as bicas e seu Otilio para trocar todos o caibros e as telhas.
Toda a despesa, sem orçamento e que fatalmente iria estourar o teto.
Contratou Borrego para esvaziar e lavar a cisterna do prédio, Juvenal Pé de Copa , para trocar todas as bicas e seu Otilio para trocar todos o caibros e as telhas.
Toda a despesa, sem orçamento e que fatalmente iria estourar o teto.
Dr. Djanirito, juiz de direito da cidade, alertado pelo vereador
Alexandre Calça Curta, que era da oposição, manda intimar Zezé, que
prontamente se dirige para o cartório de Manoel Soares, que funcionava
como Fórum, para esse tipo de questão.
-Sr. Presidente, começa o juiz, como o Sr. explica tamanho gasto na reforma da Câmara ?
- Dotô, diz Zezé, Deus falou comigo ontem de noite e me avisou pra tomar providências nos prédios públicos e na moradia das pessoas, que vem um dilúvio grande e não vai ficar um barreiro inteiro e as cisternas vão sangrar e muito telhado vai cair com as goteiras. Resolvi começar pela câmara municipal, onde quem manda sou eu.
-Sr. Presidente, começa o juiz, como o Sr. explica tamanho gasto na reforma da Câmara ?
- Dotô, diz Zezé, Deus falou comigo ontem de noite e me avisou pra tomar providências nos prédios públicos e na moradia das pessoas, que vem um dilúvio grande e não vai ficar um barreiro inteiro e as cisternas vão sangrar e muito telhado vai cair com as goteiras. Resolvi começar pela câmara municipal, onde quem manda sou eu.
O Juiz imediatamente determinou - Pare tudo, pra não sofrer as consequências.
Zezé levantou-se, saiu , e chegando na porta disse :- Pois se o Sr. quiser, mande essas consequências conversar comigo, no meu gabinete.
Disse isso e foi embora.
Meia hora depois, chega Zé Pedro, oficial de justiça, na Câmara Municipal, acompanhado do Sargento Pacheco , do Cabo Miguel e do Soldado Andorinha, com uma ordem para afastar Zezé da presidência.
Zezé convocou uma reunião rápida com os vereadores Geraldo de Tico , vice-presidente da casa e Manoel Macedo, Secretário da mesa e mandou dizer ao oficial que não ia assinar nada e que naquele momento estava indo para o seu sítio nos Tanques, cuidar do barreiro, pra não estourar.
Zezé levantou-se, saiu , e chegando na porta disse :- Pois se o Sr. quiser, mande essas consequências conversar comigo, no meu gabinete.
Disse isso e foi embora.
Meia hora depois, chega Zé Pedro, oficial de justiça, na Câmara Municipal, acompanhado do Sargento Pacheco , do Cabo Miguel e do Soldado Andorinha, com uma ordem para afastar Zezé da presidência.
Zezé convocou uma reunião rápida com os vereadores Geraldo de Tico , vice-presidente da casa e Manoel Macedo, Secretário da mesa e mandou dizer ao oficial que não ia assinar nada e que naquele momento estava indo para o seu sítio nos Tanques, cuidar do barreiro, pra não estourar.
Zé Pedro comunicou ao juiz, que imediatamente resolveu tomar uma
providência mais séria, mandar prender Zezé, por desobedecer a uma ordem
judicial. Antes porém, resolveu convocar uma reunião com um conselho de
notáveis da cidade. Convocou, Zé Sobrinho, o prefeito, Padre Emerson, o
pároco, Dr. Jonas, o causídico, Seo Horácio, como cidadão muito
experiente, Professor Cosme Marques, seo Cocó e dona Carmen Andrade,
representante das mulheres.
Depois de várias horas de reunião, chegou-se a seguinte conclusão, devidamente promulgada pelo juiz nos seguintes termos:
Senhores,
Analisando a situação e ouvindo os representantes da comunidade,
concluímos que, sabendo que Zezé Profeta é meio fraco do juízo e visando
o equilíbrio da situação grave que nos encontramos, decidimos que ele
será afastado da linha sucessória do prefeito que, em caso de
afastamento dele e do vice, João de Gan, assume a prefeitura o juiz de
Direito da comarca.
Reconhecido e dado fé pelos tabeliães presentes.
Reconhecido e dado fé pelos tabeliães presentes.
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