POLÍCIA FEDERAL DEFLAGRA 'OPERAÇÃO CARNE FRACA' CONTRA CORRUPÇÃO NA AGRICULTURA
PF cumpre 309 mandados e prende executivos da JBS Friboi
A Polícia Federal prendeu dois executivos da JBS Friboi, acusados de
receberem propina. O esquema seria liderado por fiscais
agropecuários federais e empresários do agronegócio (Foto: Marcelo
Gonçalves/Estadão Conteúdo)
A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira, 17, a maior operação da
sua historia. Trata-se da Operação Carne Fraca, que combate corrupção de
agentes públicos federais e crimes contra Saúde Pública. Executivos do
frigorífico JBS Friboi. Dois executivos da empresa foram presos.
O esquema seria liderado por fiscais agropecuários federais e
empresários do agronegócio. Segundo a PF, a operação detectou em quase
dois anos de investigação que as Superintendências Regionais do
Ministério da Pesca e Agricultura do Estado do Paraná, Minas Gerais e
Goiás ‘atuavam diretamente para proteger grupos empresariais em
detrimento do interesse público’.
Em nota, a PF informou que aproximadamente 1100 policiais federais
estão cumprindo 309 mandados judiciais, sendo 27 de prisão preventiva,
11 de prisão temporária, 77 de condução coercitiva e 194 de busca e
apreensão em residências e locais de trabalho dos investigados e em
empresas supostamente ligadas ao esquema.
“Os agentes públicos, utilizando-se do poder fiscalizatório do cargo,
mediante pagamento de propina, atuavam para facilitar a produção de
alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem qualquer
fiscalização efetiva.
Dentre as ilegalidades praticadas no âmbito do setor público,
denota-se a remoção de agentes públicos com desvio de finalidade para
atender interesses dos grupos empresariais. Tal conduta permitia a
continuidade delitiva de frigoríficos e empresas do ramo alimentício que
operavam em total desrespeito à legislação vigente”, diz a nota da PF.
As ordens judiciais foram expedidas pela 14ª Vara da Justiça Federal
de Curitiba/PR e estão sendo cumpridas em 7 estados federativos: São
Paulo, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul,
Minas Gerais e Goias.
O nome da operação faz alusão à conhecida expressão popular em
sintonia com a própria qualidade dos alimentos fornecidos ao consumidor
por grandes grupos corporativos do ramo alimentício. A expressão popular
demonstra uma fragilidade moral de agentes públicos federais que
deveriam zelar e fiscalizar a qualidade dos alimentos fornecidos a
sociedade.
Texto: DIÁRIO DO PODER
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