LAVA JATO
NOVAS DENÚNCIAS TIRAM MORAL DO PT PARA DISCUTIR CORRUPÇÃO
Lista de Fachin e delações aprofundam crise ética no PT
As novas denúncias envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
reveladas pela chamada lista de Fachin e pela delação do empreiteiro
José Aldemário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, da OAS, devem adiar mais
uma vez o debate profundo no PT sobre corrupção.
Desde que o escândalo do mensalão eclodiu, em 2005, setores do PT
tentam discutir a fundo a questão da corrupção no partido, mas as
tentativas sempre foram barradas. Havia a expectativa de que, com a
ampliação da crise provocada pela Operação Lava Jato, o 6º Congresso do
PT, marcado para o início de junho, fosse finalmente o palco desta
discussão.
Lideranças importantes como o ex-ministro Tarso Genro e o presidente
do PT, Rui Falcão, defenderam em entrevistas, no ano passado, que o
partido separasse quem agiu em nome da legenda, como o ex-tesoureiro
João Vaccari Neto, dos acusados de enriquecimento pessoal, como os
ex-ministros José Dirceu e Antonio Palocci.
Segundo fontes petistas, o teor das novas denúncias contra Lula, que
incluem ajuda a filho, sobrinho, irmão, além de confortos pessoais como a
reforma do sítio em Atibaia e o triplex do Guarujá, causam grande
embaraço ao partido, que já não tem mais a possibilidade de “separar o
joio do trigo” sem atingir sua principal liderança. Ao contrário, a
tendência é de que o 6.º Congresso Nacional do PT deixe o combate à
corrupção em segundo plano e se transforme em um grande ato de defesa de
Lula.
"Qualquer manifestação sobre isso só será viável depois que forem
esclarecidos os vazamentos seletivos, que foram feitos até agora, que
tem obstruído o direito de defesa do presidente e a visível indução de
várias delações premiadas, pela quais foram feitos intercâmbios de
incriminação em troca de reduções de pena. A forma de 'exceção', com que
estão sendo conduzidos os inquéritos e os processos não autorizam uma
opinião responsável sobre estes assuntos", disse Tarso.
Do: DIÁRIO DO PODER
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