O
clássico baiano simpático, engraçado e falastrão. Desbocado, machista
e homofóbico, gorducho roedor de unhas, na escola de ensino médio de
Brasília, Geddel era chamado de “o suíno” pela turma de seu colega
Renato Russo.
O “suíno” queria se enturmar com eles, que eram ótimos estudantes,
entrar para o seu grupo de trabalho e se beneficiar das suas boas notas
sem fazer esforço. Nunca conseguiu.
Mas conseguiu entrar para a política baiana, onde sua família sempre
esteve. Deputado federal, escapou milagrosamente do escândalo dos anões
do Orçamento, mas ousou brigar com Antônio Carlos Magalhães, que o
grampeou e o fuzilou com três vídeos que fizeram Brasília gargalhar:
“Geddel vai às compras”, “As primeiras gatunagens de Geddel” e “O
agatunado”, denunciando que seu patrimônio triplicou em quatro anos de
deputança e revelando a sua vocação para gatuno serial, só agora
reconhecida oficialmente pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira.
Já deveria estar preso desde 1998 por suas estripulias no governo FHC,
mas chegou a ministro da Integração Nacional no segundo governo Lula (no
primeiro era oposição “radical”... rsrs; depois aderiu) e finalmente a
“amigo fraterno”, braço-direito e mão longa de Temer na articulação política com o Congresso, para manter a base aliada a todo custo.
Uma especialidade de Geddel, lidar com parlamentares e custos,
negociar, seduzir, ameaçar, intimidar, nomear, demitir, comprar e
vender.
Estava indo muito bem, para os planos de Temer, até cair depois do
escândalo do apartamento de Salvador, denunciado pelo ex-ministro
Marcelo Calero. Preso, tem toda a pinta de delator.
Geddel está acabado, mas ainda há muitos aspirantes a Geddel no
Nordeste e em todo o Brasil, com o estilo palavroso e bravateiro do
político voraz e esperto, misturando o pitoresco regional com o cinismo e
a ganância sem escrúpulos, mas amplamente aceito na sociedade, que
finge que não sabe quem ele é e o que sempre fez.
Mas por que falar de Geddel entre tantos agatunados? Porque ele foi
além e se tornou um arquétipo de político brasileiro que, além de
extinto, merece ser estudado.
Do: Blog do Noblat
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