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terça-feira, 26 de dezembro de 2017

POESIA POPULAR NORDESTINA

- CANTO BOCAGIANO EM LOUVOR DE CABRAL -
(*)
Bem que o Rei, vaticinando
Disse a Cabral na partida:
'Em terra desconhecida
Tu tenhas cuidado quando
Te afastares do comando
A buscares o matagal...'
Mas do Rei de Portugal
Não valeu o bom intento
Por isso um índio nojento
Comeu o c... de Cabral!
- - - x - - -
Aos vinte e dois, mês de abril
Nos anais assim ficou:
Quando a esquadra ancorou
Em terras do céu de anil
Hasteou, num pau brasil,
A bandeira imperial
Foi quando tribo rival
Contrária ao descobrimento
Mandou um índio nojento
Comer o c... de Cabral!
- - - x - - -
Certa noite de verão
Um movimento eclodiu
Bem distante alguém ouviu
O grito dum capitão
Correu todo o pelotão
No seu estilo formal
Dentro dum capoeiral
Viram naquele momento
Um índio velho nojento
Comendo o c... de Cabral!
- - - x - - -
Mas Pero Vaz de Caminha
Não chega a relatar isso
Talvez algum compromisso
Com Pedro, Cabral mantinha.
Noticiar não convinha
Estranho caso depois
Não quis a censura, pois
Tornar do conhecimento
Que um índio velho nojento
Comeu o c... deles dois.
- - - = - - -



(*) Do livro: BOM PRA OTÁRIO do jornalista Orlando Rangel Rodrigues (Orlando Caboré). - Edições Kbhorelianas - Impresso pelo Departamento Estadual de Imprensa / Natal - Ano de 2000.
(Não foi possível saber se as rimas são da própria autoria de Orlando Caboré)

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