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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

OS CAUSOS DO DIA

Por:  Valério Mesquita (*)

01 – Parelhas, ano da graça de 1967. Manoel Virgílio do Nascimento, seridoense, 80 anos, reencontra-se com o conterrâneo e amigo Walfredo Gurgel, governador do Estado. Havia muito tempo que não se avistavam. Alegria, abraços e as perguntas inevitáveis do padre: “Manoel, que prazer, e esses meninos, são seus netos”? ”Não, governador, são meus filhos”, responde o velho sem perder o prumo.
“Mas, seus filhos, você já com essa idade?
Pois é, governador, o segredo é treinar sempre”, fechou o firo da conversa o seridoense de fibra longa.

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02 – Frei Damião em Caicó. O povo devoto e fiel espalhava-se pela praça da Matriz de Nossa Senhora de Santana. O santo frade ia começar a liturgia da benção da cruz de todos que estavam ali. “Atenção povo católico de Caicó”, anuncia ao microfone Frei Fernando, “levantem todos a sua cruz para a benção agora do nosso Frei Damião”. No meio do povão o caicoense P. D. suspende sua mulher para espanto dos circunstantes.

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03 – O meu amigo Edgar Borges Montenegro, ex-deputado, ex-prefeito de Assú, é tido como “pão duro”. Talvez, por ter sido, ao longo de sua vida pública, muito assediado pelo povo. Em sua casa de Assú, quando chegava alguém ao portão, perguntando: “Edgar está”? Lá de dentro Edgar resmungava automaticamente:
Nenhum tostão”.

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04 – Pinto é o sobrenome famoso do poeta paraibano amigo de outro: Ronaldo da Cunha Lima. Ronaldo foi tudo na vida pública da Paraíba, desde prefeito de Campina Grande, deputado federal, senador e governador do Estado. E mais de que tudo isso, é uma das maiores inteligências da velha Paraíba, em todos os tempos e modos. Admirador e incentivador de Pinto presenteou-o com um violão para musicar seus versos. Em cima da bucha Pinto devolveu-lhe a cortesia:
“Poeta de alma aberta
Amigo de alma larga
É cunha que não aperta
“É lima que não amarga”.

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05 – Dr. Mário Moacir Porto sempre será citado e reconhecido como referência maior da cultura jurídica e literária da Paraíba e do Rio Grande do Norte, Sua vida foi totalmente dedicada ao estudo e à pesquisa. Em certa manhã natalense, encontrou-se com o amigo comum Conselheiro do TCE Manoel de Medeiros Brito, doutor em lições de vida.
Oh, Manoel, você é um homem feliz. Conheceu e conhece profundamente o lado bom e prazeroso. Eu nunca fiz nada disso. Aproveitei muito pouco da vida. E você usou esse tempo tão bem!”. Retruca Brito Velho, com sabedoria milenar: “Doutor Mário, ainda está em tempo”.
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Do livro:Memórias Provincianas – Causos -, de autoria do ex-deputado Valério Alfredo Mesquita – Edições Sebo Vermelho – Natal (RN) Dezembro de 2004. 

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