01 – Parelhas, ano da graça de 1967. Manoel Virgílio do
Nascimento, seridoense, 80 anos, reencontra-se com o conterrâneo e amigo
Walfredo Gurgel, governador do Estado. Havia muito tempo que não se avistavam.
Alegria, abraços e as perguntas inevitáveis do padre: “Manoel, que prazer, e esses meninos, são seus netos”? ”Não, governador,
são meus filhos”, responde o velho sem perder o prumo.
“Mas, seus filhos, você já com essa idade?”
“Mas, seus filhos, você já com essa idade?”
“Pois é, governador, o segredo é treinar sempre”, fechou o firo da
conversa o seridoense de fibra longa.
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02 – Frei Damião em Caicó. O povo devoto e fiel espalhava-se
pela praça da Matriz de Nossa Senhora de Santana. O santo frade ia começar a
liturgia da benção da cruz de todos que estavam ali. “Atenção povo católico de Caicó”, anuncia ao microfone Frei
Fernando, “levantem todos a sua cruz para
a benção agora do nosso Frei Damião”. No meio do povão o caicoense P. D.
suspende sua mulher para espanto dos circunstantes.
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03 – O meu amigo Edgar Borges Montenegro, ex-deputado,
ex-prefeito de Assú, é tido como “pão
duro”. Talvez, por ter sido, ao longo de sua vida pública, muito assediado
pelo povo. Em sua casa de Assú, quando chegava alguém ao portão, perguntando: “Edgar está”? Lá de dentro Edgar
resmungava automaticamente:
“Nenhum tostão”.
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04 – Pinto é o sobrenome famoso do poeta paraibano amigo de
outro: Ronaldo da Cunha Lima. Ronaldo foi tudo na vida pública da Paraíba,
desde prefeito de Campina Grande, deputado federal, senador e governador do
Estado. E mais de que tudo isso, é uma das maiores inteligências da velha
Paraíba, em todos os tempos e modos. Admirador e incentivador de Pinto
presenteou-o com um violão para musicar seus versos. Em cima da bucha Pinto
devolveu-lhe a cortesia:
“Poeta de alma aberta
Amigo de alma larga
É cunha que não
aperta
“É lima que não
amarga”.
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05 – Dr. Mário Moacir Porto sempre será citado e
reconhecido como referência maior da cultura jurídica e literária da Paraíba e
do Rio Grande do Norte, Sua vida foi totalmente dedicada ao estudo e à
pesquisa. Em certa manhã natalense, encontrou-se com o amigo comum Conselheiro
do TCE Manoel de Medeiros Brito, doutor em lições de vida.
“Oh, Manoel, você é um homem feliz. Conheceu e conhece profundamente o
lado bom e prazeroso. Eu nunca fiz nada disso. Aproveitei muito pouco da vida.
E você usou esse tempo tão bem!”. Retruca Brito Velho, com sabedoria milenar: “Doutor Mário, ainda está em
tempo”.
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Do livro:
“Memórias Provincianas – Causos - “, de autoria do ex-deputado Valério
Alfredo Mesquita – Edições Sebo Vermelho – Natal (RN) Dezembro de 2004.
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