Leandro Gomes
de Barros
No
dia da eleição
O
povo todo corria
Gritava
a oposição:
AVÉ MARIA!
Viam-se
grupos de gente
Vendendo
votos na praça
E
a urna dos governistas
CHEIA DE GRAÇA
Uns
e outros perguntavam:
-
O senhor vota conosco?
Um chaleira respondeu:
O SENHOR É CONOSCO
Eu
via duas panelas
Com
miúdos de dez bois,
Cumprimentei-as
dizendo:
BENDIDA SOIS!
Os
eleitores, com medo,
Das
espadas dos alferes,
Chegavam
a de esconderem
ENTRE AS MULHERES...
Os
candidatos andavam
Com
um ameaço bruto,
Pois
um voto para eles é...
BENDITO FRUTO
Um
mesário do Governo
Pegava
a urna, contente,
E
dizia: - Eu me gloreio
DO VOSSO VENTRE..
Leandro Gomes de Barros nasceu no dia 19 de
novembro de 1865, na cidade de Pombal (PB).
Ainda menino foi
residir na Vila do Teixeira, onde ficou até os seus quinze anos de idade.
De Vila do Teixeira,
transferiu-se para o estado de Pernambuco, onde residiu nos municípios de
Vitória de Santo Antão, posteriormente, em Jaboatão e finalmente em Recife.
Foi considerado o
maior poeta popular brasileiro e o que
mais escreveu, e publicou, folhetos de
cordel.
Sobre o assunto, afirma Sebastião Nunes Batista, no seu livro “Antologia da Literatura de Cordel”,
publicado em Natal (RN) no ano de 1977, pela Fundação José Augusto: “Leandro começou a versejar por volta de
1889, sendo a sua produção estimada em várias centenas de folhetos, que
permanecem até hoje em sucessivas edições”.
No folheto “A Pranteada Morte de Leandro Gomes de Barros”,
de autoria do também poeta popular e editor, João Martins de Ataíde, está
escrito:
“Poeta como Leandro
Inda o Brasil não
criou
Por ser um dos
escritores
Que mais livro
registrou
Canções não se sabe
quantas
Foram seiscentas e
tantas
As obras que
publicou.”
Gostava muito de
escrever e publicar estórias sobre o cangaceiro Antonio Silvino.
Aqui destaco: O Nascimento de Antonio Silvino, Antonio
Silvino e o Pai Dele, Antonio Silvino no Júri, Antonio Silvino o Rei dos
Cangaceiros, Antonio Silvino se Depedindo do Campo, Os Cálculos de Antonio Silvino, O Cerco de Antonio Silvino,
Como Antonio Silvino Fez o Cão Chocar, Confissão de Antonio Silvino, Conselhos
de Antonio Silvino a Outros Cangaceiros, A Ira e a Vida de Antonio Silvino, As
Lágrimas de Antonio Silvino Por Tempestade, Antonio Silvino Capturado pelo
Valente Oficial da Polícia Pernambucana, Tenente Teófanes, Luta do Diabo com
Antonio Silvino, Orçamento de Antonio Silvino, O Perdão de Antonio Silvino e A
Quengada do Advogado, A Prisão do Célebre Antonio Silvino, As Proezas de
Antonio Silvino, O Silêncio de Antonio Silvino, A Visão de Antonio Silvino e O
Sonho de Antonio Silvino na Cadeia em que lhe Apareceram as Almas de Todos os
que Ele Matou.
O poeta que foi
casado com a senhora Venustiniana Eulália de Barros, faleceu no dia 4 de março
de 1918, em Recife.
Um comentário:
Valeu! Importante e cultural informação! Prof. Calão.
Postar um comentário