Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A presidenta Dilma Rousseff informou ontem (25) que
se reunirá no dia 2 de abril com todos os governadores do Semiárido atingido
pela seca, para discutir propostas e ações destinadas a reduzir as consequências
da estiagem, que afeta principalmente a Região Nordeste.
O governo federal anunciará a prorrogação até julho do Bolsa
Estiagem e o Garantia-Safra. Mas, segundo a presidenta, poderá haver novas
prorrogações porque os benefícios serão pagos enquanto durar a seca. A Bolsa
Estiagem assiste agricultores familiares com renda até dois salários mínimos em
municípios em situação de emergência ou calamidade pública. O Garantia-Safra
ajuda os agricultores cuja produção foi prejudicada pela seca.
Além dos nove governadores nordestinos, foram convocados para a
reunião, que será realizada em Fortaleza, no Ceará, os governadores de Minas
Gerais e do Espírito Santo, estados que são beneficiados pela Superintendência
do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
Dilma Rousseff garantiu que o governo ampliará as ações em
andamento, como o trabalho do Exército na operação carro-pipa de abastecimento e
a venda de milho aos pequenos produtores a preços mais baixos que os de mercado,
mas ressaltou que é preciso discutir o futuro pós-seca.
“Eu acredito que temos que avançar e assegurar que os mecanismos de combate à
seca sejam permanentes. Não é, de jeito nenhum, que vamos ficar com a mesma
história todo o tempo, mas na hora que acabar a seca e vier a chuva, nós vamos
ter de criar mecanismos que durem e assegurem que as pessoas não sejam
atingidas”, disse a presidenta durante inauguração da primeira etapa do Sistema
Adutor Pajeú, no município de Serra Talhada, em Pernambuco.
A presidenta Dilma voltou a afirmar que o governo federal terá
um programa de recomposição do rebanho morto em decorrência da maior seca da
região nos últimos 50 anos, mas ressaltou que precisam ser tomadas ações para
que as perdas de animais não voltem a acontecer com tanta intensidade. “Vamos
ter que tratar de uma questão que é o estoque da alimentação dos rebanhos, como
garantirmos que haja permanentemente um estoque de segurança de garantia dos
rebanhos aqui na região”.
Durante a inauguração da adutora que capta água do rio São
Francisco, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, disse que o governos
federal e os dos estados precisam “construir a saída desta seca” e garantir a
segurança hídrica da população.
“Nessa seca não se vê o drama social da fome, da morte das
crianças, não se vê o desespero por comida das pessoas, mas estamos assistindo
algo que não conseguimos proteger ainda, que é a economia. Protegemos as
pessoas, que é o fundamental, e vamos aprender neste momento, a fazer a um só
tempo, a proteção das pessoas e a proteção da economia, e vai ser exatamente
nesta reunião [do dia 2 de abril]”, disse o governador.
Segundo Eduardo Campos, a reunião focará não mais na
emergência, mas na articulação de ações que estão sendo feitas. “Precisamos,
olhando para o futuro, buscar na nossa experiência de vida e de formação
política os pontos que devem nos unir para sair deste momento duro, para deixar
nosso povo independente”, disse o governador, lembrando que, por muitos anos, a
água foi usada por políticos como moeda de troca por votos na região.
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