- CÍCERO PROTÉTICO –
José Luiz Silva (*)
Pendências (RN), alguns anos atrás.
Cícero, um protético dentário que tinha
nove irmãos - também protéticos - era grande amigo do padre José Luiz. Residia
na cidade de São Miguel (RN).
Vamos ao causo:
Na ultima campanha política em que fui
candidato, foi à minha casa e sem me pedir nada, me prometeu 100 votos num
lugar onde eu nunca tinha ido. Pediu-me retratos e caiu em campo. Cícero é
afobado como Úoston, ou melhor, como todos os seus irmãos.
Um dos eleitores (meus) de Cicero tinha dez
votos. Mas queria que Cícero lhe botasse uma chapa. Cícero não fez questão.
Botou a chapa no velho que passou todo o dia da eleição mostrando os dentes
para Deus e o mundo. Mas pra seu azar, na sessão onde votara Cícero só contava
com aqueles dez votos. E no dia da eleição, sabe quantos votos eu tive lá?
Nenhum.
Cícero ficou doente. Saiu faiscando.
Pedindo a Deus para não encontrar o velho. Tinha medo de fazer besteira. Mas
interior é interior. O povo gosta de ver o circo pegar fogo.
Cícero estava conversando na porta da
farmácia, quando um garoto gritou:
- “Ciço” olha quem vem ai...
- “Seu” José, abra a boca. Eu quero
ver se a dentadura prestou.
O velho meio encabulado, foi abrindo a
boca e Cícero não teve dúvidas: tirou as duas chapas e gritou revoltado:
- Agora ‘veio’ safado, espere quatro anos para sorrir de novo.
- Agora ‘veio’ safado, espere quatro anos para sorrir de novo.
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Do
livro “NA CALÇADA DO CAFÉ SÃO LUIZ”. Autoria de José Luiz Silva (padre Zé
Luiz). Publicado pela Eureka – Empresa de Criatividade e Comunicação Ltda, na
CERN (Companhia Editora do R. G. do Norte). Natal (RN), 1982.
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