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sábado, 9 de março de 2013

HISTÓRIA

RIO GRANDE DO NORTE

- Senador JOÃO CÂMARA –
Pesquisa: Bira Viegas
 
João Severiano da Câmara nasceu no povoado de Boa Vista, município de Taipu (RN), na data de oito de março de 1895.
Filho de Vicente Rodrigues da Câmara e Maria Rodrigues da Câmara, “Vanvão” (como era chamado carinhosamente no seio da sua família) teve como irmãos; Antonio (Tonho), Alexandre (Xandu) e Jerônimo (Loló).
Casou na Matriz da vila de Taipu (RN), na data de dezoito de junho de mil novecentos e quinze com a senhora Maria Rodrigues da Câmara. Seus padrinhos foram Pedro Guedes de Paiva e Boaventura Dias Sá (Bôa). O casal teve vinte filhos. Sobreviveram; Edson, Wilson, Elza, Terezinha e João, sobreviveram,
Filho de família humilde e com pouca escolaridade, aos quinze anos João Câmara é encaminhado por seu genitor para trabalhar como balconista da loja do seu padrinho de Crisma, o senhor João Gomes da Costa, no povoado Pitombeira. Neste emprego permanece por dois anos.
Aos dezessete anos aceita o convite de um seu cunhado, de nome Benedito Virgílio Benfica, e se transfere para o município de Açu, se tornando servidor público, na Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas  (atual DNOCS).
No início do ano de 1914, as verbas destinadas à Inspetoria diminuem e João Câmara fica desempregado. Retorna para Taipu, conduzindo nos bolsos a quantia de duzentos mil réis obtidos com o fruto do seu trabalho desde que ‘partiu no mundo para tentar a sorte’. Trazia também um plano que ele mesmo sabia não ser fácil – mas não impossível – de por em prática.
Sabedor que seu pai não teria condições financeiras de ajuda-lo procura seu padrinho, que lhe consegue mais Duzentos Mil Réis. Segue então na companhia do seu padrinho até o município de Ceará-Mirim (RN), até o empório do rico comerciante Boaventura Dias de Sá (Bôa), onde consegue adquirir Setecentos e Quatorze Mil e Cento e Sessenta Réis de mercadorias para o negócio planejado: uma mercearia a ser instalada juntamente com o seu irmão Jerônimo, no povoado de Baixa Verde. Dá de entrada a quantia de Trezentos Mil Reais.
Em 1915 conhece o Técnico do Ministério do Trabalho de nome Fernando Gomes Pedroza, um estudioso sobre o plantio de algodão. João Câmara se interessa vivamente pelo assunto e passa a comercializar o produto. Como o negócio prosperava arrendou uma propriedade e passou a cultivar o “ouro branco”. Pouco tempo depois deixa de vender o algodão em caroço e arrenda um “locomóvel”. Passa ele mesmo a realizar o beneficiamento do algodão.
Em 1917, juntamente com o irmão (Loló), cria a firma: João Câmara & Irmão.
Era o início de um verdadeiro império econômico.
No ano de 1922 com a entrada de outro irmão (Xandú), a empresa ganha nova denominação: João Câmara & Irmãos.
Inicia o ano de 1924 modernizando a empresa. João Câmara expande seus negócios. Adquire várias fazendas onde planta algodão e cria gado.
Chega o ano de 1934 e João Câmara & Irmãos obtém o primeiro lugar em exportação de algodão no estado do Rio grande do Norte.
Nos anos seguintes moderniza suas empresas, compra outras (entre às quais a Sociedade Algodoeira do Nordeste Brasileiro – SANBRA) e instala novas unidades.
Em 1939, João Câmara & Irmãos fornece às Indústrias Reunidas Matarazzo - de propriedade do homem mais rico do Brasil, o Conde Francisco Matarazzo – todo o algodão necessário para as fábricas do grupo paulista.
Tudo caminhava bem. João Câmara já era considerado como o homem mais rico do Rio Grande do Norte.
 
Entretanto, um fato acontecido no ano de 1940 cria para João Câmara uma situação de insolvência. Um inverno rigoroso acaba com as safras de algodão no estado potiguar.
Mesmo com seu patrimônio físico, bens imobiliários e valores materiais devidamente equilibrados, faltou o chamado “capital de giro”, forçando ao grande empreendedor fechar  suas usinas, uma após outra.
Mas João Câmara não era homem de se entregar facilmente. Foi à luta e devidamente assessorado por advogados, contadores e amigos da sua inteira confiança, solicitou – e conseguiu – uma concordata com prazo de pagamento em quatro anos.
Trabalho, trabalho e trabalho. E as dificuldades  sendo vencida   aos poucos. Até  a "volta por cima".
O ano é 1945. João Câmara volta a ser grande. Já é o quarto lugar em volume e valor de exportações. No ano seguinte já é o primeiro. Suas dívidas estavam quitadas e o empresário comemorava a recuperação do seu império. Estava rico novamente.
Paralelo às atividades empresariais João Câmara trilhou os caminhos da política partidária. Foi fundador e presidente do Partido Social Democrático (PSD), Intendente de Taipu, Prefeito de Baixa Verde (hoje, município de João Câmara), Deputado Estadual e Senador da República. E se não tivesse falecido tão prematuramente, certamente teria sido eleito Governador do Rio Grande do Norte.
Fumante inveterado e obcecado pelo trabalho dormia tarde e acordava cedo. O que pode ter sido causa - ou agravamento - de uma doença que se manifestou mais gravemente no início do ano de 1947: diabetes.
No dia 12 de dezembro de 1948, aproximadamente 06h30min na sua belíssima residência localizada na avenida Hermes da Fonseca (hoje, sede do Comando Naval), em Natal, falecia João Severiano da Câmara.
Tinha apenas cinquenta e três anos de idade.

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