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sexta-feira, 19 de junho de 2015

PRESIDENTE DO DEM AFIRMOU QUE PARLAMENTARES PRESSIONARÃO O GOVERNO A TOMAR MEDIDAS SOBRE A PERMANÊNCIA DO PAÍS NO MERCOSUL

Um dia após chegar da viagem a Caracas (Venezuela) em que a comitiva de senadores brasileiros foi atacada por manifestantes pró-governo Nicolás Maduro, o presidente nacional do Democratas, José Agripino (RN), disse que a oposição convocará o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, e o embaixador do Brasil na Venezuela, Rui Pereira, na Comissão de Relações Exterior (CRE) do Senado para dar explicações sobre a omissão do país frente aos ataques.


Segundo Agripino, os parlamentares pressionarão o governo brasileiro por um posicionamento sobre as ameaças sofridas pelos parlamentares em Caracas. O senador lembrou que, como integrante do Mercosul – bloco econômico formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai -, a Venezuela assumiu o dever de obedecer a manutenção do princípio democrático estabelecido pelo Tratado de Ushuaia, de 1998.  “A cláusula democrática não existe na Venezuela, por isso o país não tem o direito de participar do Mercosul. A presidente Dilma terá de fazer uma avaliação e deixar claro o que é mais importante: sua solidariedade ao bolivarianismo ou os interesses do Brasil e a autonomia do Congresso Brasileiro”.

Como país membro do bloco, o Brasil pode, diante das denúncias de grave violação à cláusula democrática, apurar, ouvir, se inteirar do que ocorreu e, se for o caso, requerer ao Conselho do Mercado Comum a adoção de medidas contra o “Estado violador’. As sanções vão desde suspensão até expulsão definitiva da Venezuela no Mercosul.

Hoje pela manhã no plenário do Senado, ao lado dos outros integrantes da missão, Agripino voltou a criticar a negligência dos governos venezuelano e brasileiro diante do fato.  “Curioso é que, para livrar um brasileiro condenado por tráfico de drogas nas Filipinas, a presidente Dilma Rousseff ligou pessoalmente para o embaixador e o fato foi divulgado por toda a imprensa. Agora, para preservar a democracia brasileira e a integridade física de um grupo de senadores, que estava na Venezuela para uma missão diplomática, ela não deu uma palavra. Pelo contrário: tudo leva a crer a uma espécie de 'combinemos' entre o Itamaraty e as forças da Venezuela, que colocou em risco a segurança pessoal dos parlamentares”. 

Durante entrevista sobre a viagem, o parlamentar potiguar voltou a narrar os momentos de tensão sofridos pelos senadores na visita ao país vizinho e garantiu que esse episódio não será esquecido pelo Congresso Nacional. “Estivemos sob o risco de agressão pessoal e o governo brasileiro não tomou nenhuma providência. Isso não pode ficar assim. Nós vamos fazer valer nossos argumentos pela liberdade e pela democracia. Fomos em missão humanitária, de solidariedade aos presos políticos perseguidos pelo regime ditatorial de Maduro e vimos que o princípio democrático na América Latina não foi cumprido. Isso é grave. O que acontece na Venezuela corre o riso de acontecer aqui e isso nós não permitiremos a qualquer custo. Como senadores da República e defensores convictos da liberdade democrática, merecemos uma explicação e posicionamento do governo brasileiro frente aos ataques sofridos na Venezuela”, concluiu. 

Texto: Rominna Jácome - Foto: Mariana Di Pietro 

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