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sábado, 12 de maio de 2018

POESIA POPULAR NORDESTINA

AS FLÔ DE PUXINANÃ (*) 

Três muié ou três irmã,
três cachôrra da mulesta,
eu vi num dia de festa,
no lugar Puxinanã.
- - - x - - -
A mais véia, a mais ribusta
era mermo uma tentação!
mimosa flô do sertão
que o povo chamava Ogusta.
- - - x - - -
A segunda, a Guléimina,
tinha uns ói qui ô! mardição!
Matava quarqué cristão
os oiá déssa minina.
- - - x - - -
Os ói dela paricia
duas istrêla tremendo,
se apagando e se acendendo
em noite de ventania.
- - - x - - -
A tercêra, era Maroca.
Cum um cóipo muito má feito.
Mas porém, tinha nos peito
dois cuscús de mandioca.
- - - x - - -
Dois cuscús, qui, prú capricho,
quando ela passou pru eu,
minhas venta se acendeu
cum o chêro vindo dos bicho.
- - - x - - -
Eu inté, me atrapaiava,
sem sabê das três irmã
qui ei vi im Puxinanã,
qual era a qui mi agradava.

- - - x - - -
Inscuiendo a minha cruz
prá sair desse imbaraço,
desejei, morrê nos braços,
da dona dos dois cuscús!

(*) Paródia de "As Flô de Gerematáia" de Napoleão Menezes.

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